Quando Teresa Chovia.
Teresa choveu dias seguidos. Ora tempestade, ora neblina, ela chovia. A chuva , em determinada época, era tanta que seus ossos tremiam, como tremiam seu queixo, sua fala, sua vida.
Vez ou outra tinha a sensação de que a estação chuvosa havia parado, mas bastava uma pinçada no coração para que suas nuvens produzissem mais chuvas.
A chuva de Teresa tinha como matéria prima sonhos desfeitos, mas caía em doce devaneios também. Continha frustrações, impotência e ira, porém trazia deleites e esperança no seu molhar.
Às vezes Teresa ria de si mesma, vendo-se como uma personagem de gibi que andava com uma chuvinha particular sobre si, pois chovia em casa, no cinema, no carro, no shopping e na rua.
Quando sorria era chuva com sol. Casamento de raposa com rouxinol, como dizia sua mãe.
Teresa sentia-se bem quando acordava um dia bonito. Em dados momentos quase foi arco-íris, porém, antes da tarde terminar voltava a chover.
Teresa não se conformava em ser chuva e usou métodos diversos para não mais chover. Desenhou sol de farinha, rezou a Santa Clara, chamou São Pedro para uma conversa íntima. Cantou e dançou para estiar.
Aos poucos Teresa, entendeu que a sua chuva era a parte de si que a conhecia melhor. Cada gota vertia um sentimento que nem mesmo ela imaginava existir. A chuva sabia demais por isso Teresa chovia.
Chuva abençoada a dessa moça. Veio como o dilúvio para lhe renovar. Levou o que ela não poderia mais reter, inundou para desencardir e regou sua alma para o plantio.
Atualmente Teresa faz calor, faz frio, faz tempo bom e chove nas horas certas para amenizar a aridez que lhe cerca em alguns dias.
Evelyne Furtado.
Este texto faz parte do III Desafio Recantista de 2009.
Saiba mais, conheça os outros textos: http://www.escritoresdorecanto.xpg.com.br/desafio200903.htm
Teresa choveu dias seguidos. Ora tempestade, ora neblina, ela chovia. A chuva , em determinada época, era tanta que seus ossos tremiam, como tremiam seu queixo, sua fala, sua vida.
Vez ou outra tinha a sensação de que a estação chuvosa havia parado, mas bastava uma pinçada no coração para que suas nuvens produzissem mais chuvas.
A chuva de Teresa tinha como matéria prima sonhos desfeitos, mas caía em doce devaneios também. Continha frustrações, impotência e ira, porém trazia deleites e esperança no seu molhar.
Às vezes Teresa ria de si mesma, vendo-se como uma personagem de gibi que andava com uma chuvinha particular sobre si, pois chovia em casa, no cinema, no carro, no shopping e na rua.
Quando sorria era chuva com sol. Casamento de raposa com rouxinol, como dizia sua mãe.
Teresa sentia-se bem quando acordava um dia bonito. Em dados momentos quase foi arco-íris, porém, antes da tarde terminar voltava a chover.
Teresa não se conformava em ser chuva e usou métodos diversos para não mais chover. Desenhou sol de farinha, rezou a Santa Clara, chamou São Pedro para uma conversa íntima. Cantou e dançou para estiar.
Aos poucos Teresa, entendeu que a sua chuva era a parte de si que a conhecia melhor. Cada gota vertia um sentimento que nem mesmo ela imaginava existir. A chuva sabia demais por isso Teresa chovia.
Chuva abençoada a dessa moça. Veio como o dilúvio para lhe renovar. Levou o que ela não poderia mais reter, inundou para desencardir e regou sua alma para o plantio.
Atualmente Teresa faz calor, faz frio, faz tempo bom e chove nas horas certas para amenizar a aridez que lhe cerca em alguns dias.
Evelyne Furtado.
Este texto faz parte do III Desafio Recantista de 2009.
Saiba mais, conheça os outros textos: http://www.escritoresdorecanto.xpg.com.br/desafio200903.htm