O começo do Fim

A pior sensação do mundo é a espera. Esperar é ficar suspenso na realidade sem saber como por os pés no chão porque a mente bloqueia todos os tipos de pensamento, concentrando a imagem do problema, fazendo-o parecer maior e mais assustador do que é.

Esperar dói mais do que uma certeza. Certezas machucam, mas nos dão condições de aceitar a realidade e tomar decisões. Mas esperar é uma eterna angustia que nos consome por inteiro, todo o tempo .

Quando se espera, o tempo não passa. As horas se rastejam como se nosso desespero lhe causasse algum prazer. A ansiedade nos deixa inquietos, impacientes e nervosos. Roemos as unhas, a tampa da caneta, os lápis que aparecem em nossa frente. Torna-se impossível ficar sentado, é preciso esticar as pernas, dar vazão a tanto incômodo interno.

A cabeça parece que vai estourar, o coração se sente cansado como se já tivesse feito tudo que podia, o suor frio percorre todos os músculos e a tensão que paralisa nosso cérebro é a gota d’água que faltava para transbordar tanto sofrimento.

Existem muitos tipos de espera, mas toda espera é cruel. Seja ela de alguém que partiu, de uma notícia que não chega, da mudança que não acontece, do resultado que não sai. Toda espera desencadeia medo, seja ele da decepção, da indiferença, da situação, do fracasso.

Nossa mente cria um mundo em que nossas preces são atendidas apesar da incerteza. Olhamos para dentro do nosso ser e nos agarramos com todas as nossas crenças, e até com as descrenças, afim de que nos dêem um pouco de alívio.

O silêncio é um carrasco que nos faz pensar nas consequências de nossos atos. Então encontramos um jeito de nos punir porque sabíamos que outro caminho era possível mas fomos omissos em algum momento da caminhada.

E o que nos resta, além de esperar? Esperança. Esperança que tudo dê certo. Que Deus, na sua infinita bondade perdoe nossas falhas e nos dê uma segunda, terceira ou milésima chance. Que Ele nos ofereça um pequeno conforto para enfrentarmos esses momentos antes de estarmos diante do abismo.

E quando chegar a hora, quando estivermos lá, sejamos corajosos o suficiente para colocarmos um ponto final na espera e continuar a caminhada independente do que esteja nos esperando.

Denisia de Oliveira
Enviado por Denisia de Oliveira em 17/04/2009
Código do texto: T1543839
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