Imagem: Estrada com Cipreste - Van_Gogh
Música: Fuga - Handel


O consumismo como doença
 
Vivemos em uma época, dentro da história da humanidade, em que os conflitos coletivos e individuais são tão visíveis que acabam assustando. Falando dessa maneira, dá a impressão que antigamente não existiam conflitos. Os conflitos fazem parte da vida humana, aliás, viver é exercer a arte de solucionar conflitos

Experimentamos nos últimos anos uma incrível evolução tecnológica em todos os campos, principalmente, nas comunicações. O mundo hoje se tornou uma aldeia globalizada e as pessoas são bombardeadas diariamente por uma infinidade de informações.

O cérebro humano é o mesmo há mais de 10 mil anos. Dada às necessidades do mundo moderno, foi incrementado no cérebro humano um aumento nas conexões sinápticas e na síntese dos mediadores neuroquímicos, consequentemente, uma maior capacidade de processamento e armazenamento de informações. Dessa maneira, parece que estamos falando de um computador, mas o cérebro humano não é um computador. O cérebro humano é ilimitado e possui capacidades que nenhuma máquina possui a da ter emoção, razão e intuição.

Na atualidade o grande império dominante se chama consumo e o braço direito desse império é a propaganda. Não importa se é o melhor ou benéfico ao individuo, o que importa é vender mais, aumentar os lucros e crescer.

Diariamente, um indivíduo que mora em uma cidade média ou grande é bombardeado por centenas de chamamentos publicitários: autoors, fachadas, rótulos, panfletagens, serviços de sons, propaganda na televisão, rádio, jornal, internet, etc. É claro que mostrar a cara é importante, quem não aparece não é conhecido, e, quem não é conhecido, não é consumido. Mas, na maioria das vezes as propagandas são apelos emocionais que confundem as cabeças dos indivíduos.

Tutelado pelo consumo, a maioria das pessoas nos dias de hoje, trabalham para ter, para consumir e não para evoluir. Isso gera um vazio insaciável, fonte de ansiedade e depressão. Quem ganha bem consome o que ganha em supérfluos e nunca se satisfaz e quem ganha pouco ou nada vive frustrado por não poder consumir

O consumismo gerou outra perversa necessidade, a necessidade de consumir drogas. O consumo de tranqüilizante e antidepressivo é tão grande que assusta. Em determinadas regiões do mundo uma em cada quatro pessoas consume esse tipo de droga paliativa.

O ilimitado cérebro humano, dotado de razão, emoção e intuição está perdendo a batalha para a grande epidemia do consumismo. Para combater uma epidemia temos que adotar medidas preventivas, não apenas paliavas. E a medida preventiva mais importante é desenvolver a capacidade de SER e não apenas TER, pois o SER é plenitude e o TER é desejo insaciável.


Roberto Pelegrino
Enviado por Roberto Pelegrino em 16/04/2009
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