Ele é grande, mas “nós é” ruim.
Outro dia um amigo contou-me de uma reportagem que viu na TV, em um programa policial. O meliante entrevistado fazia promessas de vingança a um oponente quando o repórter perguntou: “Ele é bem maior e mais forte, você não tem medo?”.
Intrigante foi a resposta: “Ele é grande, mas nós é ruim”.
Ouvir isso foi o bastante para me fazer pensar sobre como pessoas boas lutam por seus direitos, por causas sociais, por ideais nobres, contra adversários, que podem até ser menores, mas são sempre cheios de maldade, malícia e trapaça.
Lembrei-me de pessoas que tem questões judiciais “boas de direito” e a outra parte suborna juizes, alicia seus advogados e o direito corre pelo ralo. Lembrei-me de empresários honestos que participam de licitações de maneira limpa e com todas as condições de concretizar um bom negócio, enquanto o concorrente já espalhou propina por todo lado. Lembrei-me de gente competente que postula uma promoção na empresa, mas o colega do lado, já tratou de “queimar-lhe o filme” diante dos gestores.
Posso lembrar de situações que passei na minha vida em que tive muito desgaste lutando para sobreviver junto com minha família. Você também teve e tem lutas que consomem o melhor de suas energias. Em todas essas pelejas nos defrontamos com rivais que nos fizeram conhecer a dor causada por sagacidade, ardis, artimanhas, crueldade, sabotagem e um monte de coisas ruins.
Só Deus sabe o que passamos!
Não temos medo da luta, não somos covardes. Não fugimos de nenhuma de nossas batalhas, nem claudicamos diante dos grandes desafios. Só queremos jogo limpo. Infelizmente, nesse jogo, o adversário não cumpre as mesmas regras que nós procuramos respeitar. Nesse jogo, o adversário não usa as mesmas armas, porque é ruim, porque é mal. Nesse jogo, além de não devermos, também não sabemos usar as armas do inimigo. Não temos habilidade com as armas das trevas. Se baixarmos o nível, seremos derrotados muito facilmente. Time que joga em casa é sempre o favorito. Se jogarmos nas trevas, seremos o time visitante, acossado no caldeirão da torcida adversária.
Espalhar fofoca, puxar tapete, agir com astúcia, atropelar a ética, desrespeitar o ser humano, oportunismos, corrupção e coisas semelhantes, nunca fará de nós autênticos vencedores.
Vencedor não é aquele que simplesmente empunha um troféu qualquer, mas aquele que não perdeu a sua alma no meio da luta. Vencedor não é o mais forte ou o maior, nem mesmo o mais “ruim”, mas aquele que não abriu mão da bondade, da beleza e da dignidade humana. Vencedor é aquele que prefere a cruz a cair na tentação de fazer qualquer outra vontade, a não ser a de Deus.