UM LADRÃO BEM TRAPALHÃO

Acredite se quiser. O dono de um carro bem surrado, o qual foi roubado numa rua bem movimentada, no coração de São Paulo, em menos de 24 horas recuperou-o, graças à perspicácia da rápida comunicação dos seus vizinhos e também a inexperiência de um meliante atrapalhado. Ainda bem, pois só assim o meu vizinho conseguiu ter o seu carro novamente. Foi, sem dúvida, um fato bem atípico, pois dificilmente isso acontece com quem teve algo roubado.

Apesar da vítima ter feito a ocorrência, já dava como certo o seu enorme prejuízo. Pois, o seu carro, apesar de não chamar muita atenção, devido ao ano de fabricação, o modelo e, principalmente, a lataria, era o seu meio de transporte para trabalhar. Portanto, não é nem necessário dizer o quanto ele ficou chateado e frustrado com o tal roubo. Mas nada poderia fazer. Só lhe restava mesmo batalhar para conseguir outro e quem sabe, através da providência Divina, por um milagre, mostrar-lhe um meio de ter o seu carro de volta.

Então parece que Deus guiou, literalmente, o ladrão atrapalhado ao local onde residia o dono do referido carro roubado. Pois, no dia seguinte, ao passar pela mesma rua onde a vítima tem um pequeno comércio, apesar da velocidade com ele passou pela rua, um jornaleiro percebeu o veículo e avisou ao seu dono, incontinenti. O qual, mesmo pediu, imediatamente um carro emprestado ao seu vizinho de comércio.

Ao mesmo tempo arrumou uma testemunha e sairam na captura. Por sorte, ao encontrar um carro da polícia comunicou o fato. Não demorou muito conseguiram localizar o carro estacionado próximo a um bar, mas ninguém por perto para registrar o flagrante. Os policiais e o dono do carro aproximaram-se do ambiente onde algumas pessoas passavam o tempo jogando bilhar e tomando cerveja. Obviamente, ninguém ali saberia de nada e muito menos quem estacionara aquele carro ali. Mas os homens da lei não perderam tempo e não insistiram em averiguar a autoria daquele roubo. Após a comprovação com documentos e a chave do carro, a polícia o automóvel foi levado à delegacia para ser registrado outro BO e anular o primeiro para a devida liberação. Esta só ficaria pronta no dia seguinte. O meu vizinho ficou contente e foi dormir,sem dúvida, bem mais tranquilo.

No dia seguinte, ao chegar para buscá-lo teve outra decepção muito maior: os dois pneus dianteiros, por sinal, foram surrupiados do pátio da delegacia. Quem foi como foi e a burocracia voltou à tona. Ao ser informado que eles iriam fazer uma perícia e uma averiguação mais apurada para saber como tal roubo acontecera no pátio daquele Distrioto Policial e Precisando do carro para trabalhar, a vítima em questão não pensou duas vezes. Comprou os dois pneus e regressou mais uma vez ao local para retirar o seu automóvel antes que o motor do mesmo tivesse o mesmo fim. E deu o caso como encerrado. Como explicar um roubo atípico assim? “É preferível não comentar!”. Não é, Arlete Sales?

João Bosco de Andrade Araujo

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Enviado por JOBOSCAN em 15/04/2009
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