Bem familiar
Edson Gonçalves Ferreira
Domingo de Páscoa, sai cedo de casa com meus sobrinhos e fomos todos para a roça, em Ermida, hoje, conhecida como Santo Antônio dos Campos. A casa é da minha irmã Marisa e do meu cunhado João e dos meus sobrinhos: Eduardo, Pedro e Rafael. Antes de sair, o Menino estava brincando no tapete da minha casa e disse que só não ligava que eu saísse, porque Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo. Naquele momento, ouvi a voz da Emília, gritando lá do escritório:
__ Sem educação, a gente não sai quando tem visita, poetinha de meia tigela!
Não liguei, peguei a bolsa para comprar sorvete e fui me encontrar com os meninos que me aguardavam para ir comigo porque, por falta de vergonha na cara, embora a fazendinha exista há mais de dez anos, até hoje, eu não a conhecia. É que, agora, só gosto de ficar na roça até as 15 horas. Depois me dá um aflição. Adoro a cidade, as luzes. Agora, do barulho eu não gosto, não. Onde moro dá para viver assim, vendo tudo e escutando pouco.
Quando cheguei a parentaia toda já estava lá. Tenho um punhado de sobrinhos e somente duas sobrinhas. Só tenho um sobrinho casado e outro que vai se casar, agora, depois do meu aniversário. Ali se encontravam meus irmãos e minhas irmãs e minhas cunhadas e também primos e primas. O prato foi uma feijoada que, por mais incrível que pareça, quase não tinha feijão. Tinha tudo de bom nela, mas feijão era preciosidade. Ela foi feita pelo meu cunhado Katito e estava caprichada.
Aproveitei o dia para conhecer a fazendinha, embora eu tenha ódio de carrapato, de mosquito. Quando deu três horas, avisei que eu ia embora. Minha sobrinha saltou e disse que viria comigo, pois chegara dos Estados Unidos, não tinha parado em casa nem em Divinópolis, nem em Belo Horizonte e, ainda, teria prova na Universidade Federal.
Quando chegamos em Divinópolis, deixei minha sobrinha em casa e voltei para o meu aconchego, lembrando-me de vocês do Recanto. Sabia que a Claraluna iria reclamar da minha ausência. Liguei o skipe, porque a Susana queria falar comigo, mas não a encontrei. A Fernanda tinha fugido e, também, não a encontrei. Fui dormir e, na segunda-feira, quando acordei, estava com uma coceira nas pernas.
Passei pomadas e nada, a coceira continuava e, ontem e hoje, estou cobrindo o local de pomadas ainda. Acho que foi praga da Emília, porque algum mosquito vampiro mordeu as minhas pernocas. Da
próxima vez, terei que levar repelente e, quem sabe, eu precise até que usar um colar feito de alhos, daqueles que aparecem em filmes de vampiro. Uma coisa digo: valeu o almoço de Páscoa dos Gonçalves Ferreira, pois até a Ana Tereza e Marisa caíram na dança, enquanto o meu sobrinho menor, o Breno, corria atrás de tudo, achando a vida deliciosa demais e não é?
Divinópolis, 15.04.09