O MORRO DOS VENTOS UIVANTES
Quinta-feira,17 de maio de 2007.
Emile Bronte, Charlote Bronte, Coleçao Menina-e-Moça, Shaupenhauer, Maquiavel, Thomas Morus, Tarzan-Edgar Riceheibourg, M. Delli, Gibis da Nioka nas Selvas, Fantasma, Tico-Tico, A.J.Cronin, Super-Homem, Shazam, Jose de Alencar, Castro Alves, Monteiro Lobato,Alexandre Dumas, e outros que nem sei, eram a literatura de Leopoldina pedida emprestada aos moradores de ruas e casas que tinham cara de ter livros ou gente que lia, pois que em Leopoldina nao havia livraria e eu tinha uma bicicleta que nao era minha, mas que a usava como tal, companheira de todos os dias depois das aulas, pedalando pela Rio-Bahia, saibrosa, imensa e larga, vento na cara, paisagens diversas ah esquerda e ah direita, ou outras ruas menos frequentadas e mais distantes da Rua Cotegipe 152. Voltar com um a tres livros para casa, e ninguem nem via pois era so pegar um pao frances na cozinha,subir o muro do quintal com o vizinho, o telhadinho da casa de passar roupa e ia lah pro fundo recostar numa magueira da vizinha rente ao muro, e ler, mergulhar na leitura qualquer que fosse, sempre com renovado prazer absorvendo a alma dos personagens com quem me identificava, a leitura e montagem de todos os personagens e seus valores morais , eticos, coragem, carater, valentia, honra, nobreza, mediocridade, o bom e o mau, aspectos esteticos, habitos, personalidades, moradias,cenarios a funçao de cada um, a alma de cada um, e o papel que exerciam para os personagens principais, as paisagens diversas que a leitura ilumina a imaginaçao do leitor com muito mais requinte, criatividade, clima, cores, sombras, luzes, cheiros, o ar que respiravam, tudo em completos detalhes que o maior e melhor produtor de filmes e novelas, ou estudiosos da filosofia , sociologia, psicologia, antropologia, historia,arte possam criar, tudo que possa formar e informar o ser humano jovem em sua formaçao, seu referencial.
Eu amava meu pai, o irmao mais novo era so meu, e ainda amigo e companheiro de aventuras, admirava minha mae, mas na nossa casa nao se falava em coisas comportamentais pessoais ou sociais, nem se comentava a vida e os valores, nao havia nenhuma informaçao especifica, e tudo e todo dia era dia de viver e aceitar o que rolava, sob o olho protetor paterno e a autoridade materna. Nem Deus era mais que minha Mae e ela era tudo pro meu pai. Eles eram modelos de atitudes. O subjetivo nao era expresso, cada um tinha la o seu.Havia amor subentendido, mas nunca expresso nem em palavras nem em colo, abraços ou beijos. Isto era ficçao literaria de outro mundo.Sexo nao existia, a nao ser o proprio de cada um. Os sonhos, os anseios... Cada um na sua.
Eles nao foram o meu referencial. Tudo era proibido, ate de pensar acho.
O meu referencial de toda vida e de hoje, era o vento forte nos meus cabelos e pernas e braços voando pela estrada, o sentimento do lugar e momento presente e a emoçao crescente de todos os conteudos literarios que ia crescendo e se transfomando ou se completando a cada nova leitura. O amor forte, fiel, puro, total e violento, a intensidade e liberdade de ser e viver como Raticlif e de Cathy, sou eu. Eu sou os dois, eu sinto a alma deles. Eu os amo e amo a mim mesma. Criei meus tabus e sonhos reais. Eu era Ceci e Peri andando e papendo pela floresta. Punha rosinhas e botoes de rosa nos cabelos, ou fitas nas tranças e nunca ninguem na rua ou no Colegio Leopoldinense me criticou ou ridicularizou por isso. Ate o jardineiro do colegio me dava estas florzinhas com as quais eu tinha prazer de me adornar. Eu andava com tal galhardia, tal verdade exposta de mim mesma que me impunha a mim mesma em qualquer lugar e nao era desrespeitada pelos outros que viviam o seu tempo contemporaneo. A rua, o colegio, os professores, a matematica, o desenho, as colegas era o meu universo de realidade, alegria e parca comunicaçao diaria. Tenho idolos que amo com amor mesmo real. Eu sinto a alma de Theo e de Van Gogh, e os amo. Chico Buarque eh paixao e beijo seus olhos, ele nunca vai saber.Djavan, Miltom Nascimento, Tom Jobim, Brizola, Dalai Lama, as estepes russas, a Normandia e a Bretanha e seus caminhos, Paris e suas folhas de outono pelo chao... Eu amo o Rio como ele uma mae para mim e como um companheiro, amor de viver junto.
A leitura diaria foi a minha formaçao ou deformaçao, nao interessa. Ela foi a minha salvaçao e o meu sustentaculo.Eu me aceito como sou. Eu canto alto na rua ou onde estou. Eu danço na rua se tocar musica, tudo pelo simples prazer de ser assim. Eu nao tenho medos. Nao tenho medo da morte, ela eh so misterio. Eh dificil meus filhos me entenderem, mas eles gostam de mim. Os outros entendem menos ainda,nem estao interessados, mas sinto que me apreciam de algum modo.Sinto que sou benefica onde entro e interajo.
Preciso reler O Morro do Ventos Uivantes, encontro ali o intenso de mim e me comprendo. Meus codigos sao diferentes.
Eu so sinto
Quinta-feira,17 de maio de 2007.
Emile Bronte, Charlote Bronte, Coleçao Menina-e-Moça, Shaupenhauer, Maquiavel, Thomas Morus, Tarzan-Edgar Riceheibourg, M. Delli, Gibis da Nioka nas Selvas, Fantasma, Tico-Tico, A.J.Cronin, Super-Homem, Shazam, Jose de Alencar, Castro Alves, Monteiro Lobato,Alexandre Dumas, e outros que nem sei, eram a literatura de Leopoldina pedida emprestada aos moradores de ruas e casas que tinham cara de ter livros ou gente que lia, pois que em Leopoldina nao havia livraria e eu tinha uma bicicleta que nao era minha, mas que a usava como tal, companheira de todos os dias depois das aulas, pedalando pela Rio-Bahia, saibrosa, imensa e larga, vento na cara, paisagens diversas ah esquerda e ah direita, ou outras ruas menos frequentadas e mais distantes da Rua Cotegipe 152. Voltar com um a tres livros para casa, e ninguem nem via pois era so pegar um pao frances na cozinha,subir o muro do quintal com o vizinho, o telhadinho da casa de passar roupa e ia lah pro fundo recostar numa magueira da vizinha rente ao muro, e ler, mergulhar na leitura qualquer que fosse, sempre com renovado prazer absorvendo a alma dos personagens com quem me identificava, a leitura e montagem de todos os personagens e seus valores morais , eticos, coragem, carater, valentia, honra, nobreza, mediocridade, o bom e o mau, aspectos esteticos, habitos, personalidades, moradias,cenarios a funçao de cada um, a alma de cada um, e o papel que exerciam para os personagens principais, as paisagens diversas que a leitura ilumina a imaginaçao do leitor com muito mais requinte, criatividade, clima, cores, sombras, luzes, cheiros, o ar que respiravam, tudo em completos detalhes que o maior e melhor produtor de filmes e novelas, ou estudiosos da filosofia , sociologia, psicologia, antropologia, historia,arte possam criar, tudo que possa formar e informar o ser humano jovem em sua formaçao, seu referencial.
Eu amava meu pai, o irmao mais novo era so meu, e ainda amigo e companheiro de aventuras, admirava minha mae, mas na nossa casa nao se falava em coisas comportamentais pessoais ou sociais, nem se comentava a vida e os valores, nao havia nenhuma informaçao especifica, e tudo e todo dia era dia de viver e aceitar o que rolava, sob o olho protetor paterno e a autoridade materna. Nem Deus era mais que minha Mae e ela era tudo pro meu pai. Eles eram modelos de atitudes. O subjetivo nao era expresso, cada um tinha la o seu.Havia amor subentendido, mas nunca expresso nem em palavras nem em colo, abraços ou beijos. Isto era ficçao literaria de outro mundo.Sexo nao existia, a nao ser o proprio de cada um. Os sonhos, os anseios... Cada um na sua.
Eles nao foram o meu referencial. Tudo era proibido, ate de pensar acho.
O meu referencial de toda vida e de hoje, era o vento forte nos meus cabelos e pernas e braços voando pela estrada, o sentimento do lugar e momento presente e a emoçao crescente de todos os conteudos literarios que ia crescendo e se transfomando ou se completando a cada nova leitura. O amor forte, fiel, puro, total e violento, a intensidade e liberdade de ser e viver como Raticlif e de Cathy, sou eu. Eu sou os dois, eu sinto a alma deles. Eu os amo e amo a mim mesma. Criei meus tabus e sonhos reais. Eu era Ceci e Peri andando e papendo pela floresta. Punha rosinhas e botoes de rosa nos cabelos, ou fitas nas tranças e nunca ninguem na rua ou no Colegio Leopoldinense me criticou ou ridicularizou por isso. Ate o jardineiro do colegio me dava estas florzinhas com as quais eu tinha prazer de me adornar. Eu andava com tal galhardia, tal verdade exposta de mim mesma que me impunha a mim mesma em qualquer lugar e nao era desrespeitada pelos outros que viviam o seu tempo contemporaneo. A rua, o colegio, os professores, a matematica, o desenho, as colegas era o meu universo de realidade, alegria e parca comunicaçao diaria. Tenho idolos que amo com amor mesmo real. Eu sinto a alma de Theo e de Van Gogh, e os amo. Chico Buarque eh paixao e beijo seus olhos, ele nunca vai saber.Djavan, Miltom Nascimento, Tom Jobim, Brizola, Dalai Lama, as estepes russas, a Normandia e a Bretanha e seus caminhos, Paris e suas folhas de outono pelo chao... Eu amo o Rio como ele uma mae para mim e como um companheiro, amor de viver junto.
A leitura diaria foi a minha formaçao ou deformaçao, nao interessa. Ela foi a minha salvaçao e o meu sustentaculo.Eu me aceito como sou. Eu canto alto na rua ou onde estou. Eu danço na rua se tocar musica, tudo pelo simples prazer de ser assim. Eu nao tenho medos. Nao tenho medo da morte, ela eh so misterio. Eh dificil meus filhos me entenderem, mas eles gostam de mim. Os outros entendem menos ainda,nem estao interessados, mas sinto que me apreciam de algum modo.Sinto que sou benefica onde entro e interajo.
Preciso reler O Morro do Ventos Uivantes, encontro ali o intenso de mim e me comprendo. Meus codigos sao diferentes.
Eu so sinto