A Monstruosa Família

Surdezas como defesas querem corromper meus tímpanos, estapafúrdias palavras anti-vida, cuspidas pelos jornais e revistas. É tudo dor. Me vejo banhado em sangue, nessa realidade que ultrapassa as ficções de Edgar Allan Poe a requintes modernos de terror.

É a alma que não se assenta, remete as improváveis veias ligadas ao espírito espremido pela massiva agonia de viver, encarcerado pela razão da vida. Seria tudo reflexo da tormenta humana?

Sem mentiras, sem cozimento da realidade. Essa capacidade do homem pra tanta maldade é resultante do descaso dessa humanidade para com Deus. Vi com os olhos meus a frieza do amor, o egoísmo desatar laços de sangue, e uma sociedade refém da velocidade de um mundo incontrolável, pasma de espanto.

Quando sua mãe dizia: “- Cuidado com os estranhos menina!" Ela jamais creria se lhe contassem um dia, que o mais estranho é o sangue que derrama próprio sangue. É o desprotegido no próprio ninho. É a monstruosa família. É um mundo que programa seus filhos para não ter laços, em nada e em ninguém crer. É essa raça que terá evoluído com novos instintos sem nunca ter nada a perder, nada em que crer e confiar, nada além de suas próprias vontades, desejos e luxarias, nada além de si mesmo saciar.

Alias
Enviado por Alias em 15/04/2009
Código do texto: T1539760
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