EU QUERO SER MORTAL
Peço licença aos leitores para dividir este espaço com alguém que é muito especial para mim, e que escreve lindamente bem. Apresento-lhes a resposta de meu sobrinho (que teima em ser bancário) à crônica “Desejo que Você Queime”, que lhe enviei.
EU QUERO SER MORTAL
(Escrito na segunda –feira pós Páscoa )
A agitação superficial que empolgou a quinta, vigorou na sexta e teve sua apoteose no sábado, quedou em nostalgia no domingo e atrasou o despertar de segunda.
Na ausência do amor da família, o único que conheci até hoje, viver de paixões é permanecer no sobe-desce das montanhas-russas (as quais gosto muito). Reacende em mim, hoje, a chama do me expressar pelas palavras. Vontade louca de contar ao mundo – que tenha pelo menos um leitor – que também é possível encontrar a felicidade num dia chuvoso solitário na cama triste de um quarto escuro (e não estou falando de chocolates!).
Parece loucura e mais um devaneio de um aspirante a poeta. Mas posso afirmar-lhe, convicto, de que sei fazer minhas cinzas incendiar novamente, seja como a mítica fênix ou toque de magia, capazes de iluminar a casa, a mente, o coração de um jovem ambicioso e aventureiro.
Declararia assim, que as achas dos sonhos, pelos menos os meus, são inabaláveis e imortais! Ainda não sei se são autoincendiáveis ou qual é o estopim. Afirmo, entretanto, que revigoram energias e movem as paixões!
Apesar de pouca experiência, ainda que intensamente vividas, hasteio bandeiras e sigo convicto. Além de jovem, ambicioso, aventureiro, sou curioso e não rejeito o novo em forma alguma. Troco de rua, tomo atalhos, faço trilhas mais longas, erro o caminho, mas o meu rumo, por mais que não pareça, é certo.
Desbravarei, partirei em expedições ao desconhecido, atenderei as outras experiências... Para voltar e contar? Não sei se me farei entender! Para mudar a humanidade? Não compete a mim o fazer! Para ser enredo de novela? Quanto a isso não tenho mais como me livrar!
Para ter minhas próprias histórias! Para desinibir sonhos! Para provocar paixões! Para disseminar a inquietude! Para espalhar a mim mesmo – único e comum, esperto e tolo, vivo e mortal!
Sim, eu quero ser mortal! Pudera meus sonhos o oposto!
Mayko Batista Pessi