IP! IP! URRA! PRA MIM!
Procuro no espelho alguma marca proeminente que comprove a minha passagem para a nova idade que, inversamente, me deixa mais velha hoje. Mas, nada encontro.
Vejo-me igual à ontem, à anteontem... Posso jurar que nada mudou em mim no último mês. Embora, este dia, que deveria ser um dia como outro qualquer, anuncie um dígito a mais na minha idade. Um ano a mais na minha vida e um a menos na minha mocidade.
Estou aqui, igualzinha ao que estava ontem, porém o meu calendário teima em me deixar mais velha. Como uma varinha de bruxa ordenando-me em seu feitiço: ENVELHEÇA! ENVELHEÇA!
Então tá, estou mais velha hoje! Obedeço à ordem cronológica de viver. Quem sou eu para avisar que não adianta ir somando algarismos à minha existência, pois isso não vai me fazer sentir mais velha? Quem, em sã consciência ordenaria que parassem com esta besteira de etiquetar idades nas pessoas? Quem, com total controle das faculdades mentais, se revoltaria com a mania de ler idades como se fossem datas de validade, ou, avisos de vencimento?
Assumo, sou louca de pedra! Não vou envelhecer por imposição. Vou apenas virar a página. Estou encerrando um capítulo de uma longa história escrita até aqui.
Aos que não a leram, resumo que já chorei, já sofri, já quis morrer, já sobrevivi. Porém, ao folhear-me encontrarão mais romance do que drama. Minha história foi escrita pela felicidade, com algumas páginas de tristeza e parágrafos de dor, mas fez mais rir do que chorar. Embora, esteja longe de ser comédia. Não é o meu estilo.
Ergo um brinde aos que protagonizaram, junto a mim, os capítulos anteriores: À FAMÍLIA, AOS AMORES, AOS AMIGOS! Sem vocês a minha história não seria a mesma. Talvez, fosse um conto apenas, não um livro.
IP! IP! URRA!!! Encerro este capítulo. Começo outro. Mas, não me sinto mais velha!