## um dia só meu ##

Pois é, esse feriado definitivamente não tava a fim de sol. Esperei, esperei e nada. Hoje, olhando as nuvens escuras resolvi que ia à praia de qualquer jeito. Primeiro porque sou movida a energia solar (quando não levo sol fico uma pilha) e segundo que, não tendo sol, meu melhor remédio é o mar. Adoro ficar por lá, meditando, observando, confabulando... são muitas conversas comigo mesma (até que me acho gente boa, rs).

Mal cheguei e a chuva caiu, grossa mesmo. Amei. Adoro levar banho de chuva. Larguei tudo e fui correr. A água batendo no rosto. Uma delícia. Estava lavando o corpo e a alma, que corria livre sem muito pensar.

Quando voltei, cansada, mergulhei e fiquei lá, dentro d'água. Nadei, rezei (adoro rezar olhando o horizonte) e depois me dei ao prazer de ficar de molho (apesar da chuva, a água estava deliciosamente morna). Mas, como gente como nós, que gosta de escrever, fica observando tudo, comecei a viajar no cara que tava pescando por lá. Eu no mar e ele nas pedras. Ficava olhando e acompanhando sua pescaria. Ele jogava e ficava lá, esperando... de repente a vara tremia e eu imaginava, "é agora", mas nada, não vinha peixe nenhum. Não contei quantas vezes fez isso, mas fiquei rindo me imaginando pescando (talvez tivesse ficado uns 30 minutos, no máximo, nessa tentativa). Confesso que no começo me estressei. Cansei de ver a vara ir e voltar sem nada. Mas depois entrei na dele. Sabe que acabei relaxando? Devo estar precisando é de uma boa pescaria. Misturei Domingo de Páscoa com a praia e imaginei que Jesus até poderia dar uma forcinha para o cara (rs). Muita bobagem, né? (e vocês pensaram que iam ler uma "crônica").

Depois, sinceramente, cansei dele. Fiquei lá, pegando jacaré feito moleque (não tinha quase ninguém mesmo). Quando cansei, fiquei olhando as pessoas que passavam. Novamante rindo só, feito boba, vendo uma mãe que passou mais ou menos uns  5 minutos pra tirar a foto dos dois filhos. Penteados, de sandália e com um buchinho engraçado, os dois estavam praticamente imóveis e ela so faltava ficar de cabeça pra baixo pra pegar uma boa foto. Enfim, click (ufa).

Como eu, havia uma moça também na água que parecia relutar em sair. De repente ela me pergunta as horas e eu disse que,  na falta de sol, realmente nem tinha noção, mas já devia tá na hora de almoçar. Ela riu e ficamos conversando um pouco. Disse-me que era gaúcha  e que se demorasse mais ali ia acabar perdendo o voo, mas que tava achando uma maravilha o mar.

Bem, nesse delicioso marasmo, rolou meu domingo de Páscoa. Acabei almoçando tarde, claro, fui à missa e aqui estou, contando pra vocês como foi gostoso esse momento de doação à natureza e à mim mesma. Estava mesmo precisando de um bom banho de chuva e de deixar a mente mergulhar, evasivamente num grande universo de bobagens e delícias perdidas na seriedade dos nossos dias.

Uma semana de muita paz para todos vocês.

Taci.