Não era a casa da vizinha
Uma mulher que vivia muito preocupada. Preocupava-se principalmente em manter a sua casa limpa. Porém havia algo que muito lhe incomodava, toda vez que chegava à cozinha, diante da sua janela, percebia sujeira, muita sujeira na casa de uma vizinha.
Aquilo lhe deixava subindo pelas paredes. Como é que pode, pensava ela, uma dona de casa ser tão suja, irresponsável e acomodada? Ela não consegue perceber que a sujeira aumenta dia a dia, e que não vai faltar muito pra chegar até ao telhado?
O tempo passava. Naquela manhã, depois de cuidar de seus afazeres voltou à janela e assim pôde mais uma vez observar: A vizinha estava saindo com toda família. Pareciam felizes, porém a sujeira...
A vizinha percebendo que estava sendo observada acenou cordialmente e saiu despreocupada. Enquanto isso, a mulher observadora permaneceu resmungando. Seu filho passando pela janela, pergunta:
- Mãe, você já percebeu o quanto essa janela está suja?
A mãe fica sem palavras.
- Meu filho, você não está enganado? Essa sujeira que você está vendo não é a da casa vizinha?
- Não, mãe. A sujeira que estou vendo está do lado de fora da nossa janela. Venha constatar com seus próprios olhos!
Sai resmungando, duvidando piamente do que o filho está dizendo:
- Só vendo com meus olhos que a terra há de comer!
A mulher sai, e ali recebe uma grande lição: A casa que estava suja era a sua e não a da vizinha.