O ladrão de livros

Numa manhã de sábado, lembrei que preciso ir até a biblioteca, fazer uma pesquisa para meu trabalho de história, pois eu não tenho o livro necessário.

Entro na biblioteca, olho para um dos lados, vejo apenas um velhinho sentado e concentrado, lendo um livro que parecia ser muito interessante. Olho para o outro lado, uma bibliotecária com mais ou menos 27 anos, estava vestida com uma blusa de lã cor preta, uma saia branca e sapato preto, ela levantou a cabeça, colocou os óculos e olhou diretamente para mim, eu vou até ela e digo que quero apenas pesquisar para meu trabalho de história. Vou até a prateleira, pego um livro e sento perto do velhinho, que parecia ter uns 80 anos, vestia um terno preto, muito elegante e que estava com uma bolsa marrom, ao seu lado. Com os olhos atentos no livro, não pude deixar de notar a sua aliança na mão esquerda.

Eu começo a fazer minha pesquisa, logo encontro o que eu preciso, começo a anotar. Mesmo escrevendo, presto atenção a cada movimento do velhinho, parece que ele terminou de ler o livro, ele o faixa, vai até a prateleira, devolve e pega outro livro, eu paro de escrever e olho para ele, o velhinho olha para mim, mais eu abaixo a cabeça voltando a escrever, ele senta, abre o livro e começa a ler. Voltei a olhar para ele, que está lendo um clássico da literatura, que se chama Dom Casmurro de Machado de Assis, um dos grandes romances do maior expoente da literatura brasileira.

Depois de alguns minutos, a bibliotecária, se levanta da cadeira, ajeita os óculos, vai até a prateleira, pega uma revista, voltando para se sentar-se, ela cumprimenta o velhinho e dá um belo sorriso generoso.

O velhinho se levanta, deixando o livro que estava lendo na mesa, pega o outro livro que já tinha lido. Logo após, olha para mim, rapidamente eu abaixo a cabeça voltando a escrever, depois localiza com seus olhos arregalados, a bibliotecária, que está concentrada, lendo a revista que havia pegado, disfarçadamente abre a sua bolsa e coloca os dois livros, ele facha o zíper da sua bolsa e vagarosamente passa os olhos, dentro da biblioteca.

Depois de praticar esse furto, resta saber se ele conseguirá sair da biblioteca sem que a bibliotecária consiga perceber, o que realmente há dentro daquela bolsa. O velhinho se levanta e pega sua bolsa, ao passar pela bibliotecária ele a dá um grande sorriso, ela retribui balançando a cabeça, o velhinho saiu como se nada tivesse ocorrido e a mulher não notou nada. Depois do acontecimento do fato, fui embora, antes que ela notasse o desaparecimento dos livros e colocasse a culpa em mim, se eu falasse que o velhinho roubou os livros é bem provável que ela não acreditasse.

Depois de alguns dias, eu volto à biblioteca e o velhinho estava lá novamente, com sua bolsa marrom.

Paula Kaisa
Enviado por Paula Kaisa em 11/04/2009
Código do texto: T1534610
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.