Coelho Otário
O dia da Páscoa chegou, e, longe de comemorarmos aquele pouco de dinheiro que sobrou para comprar chocolate aos pequenos, comemoremos mais uma vez o “Dia do Coelho Otário”.
Não se ofendam leitores amigos e simpatizantes dos meus contos, crônicas e afins, mas é que uma notícia num jornal televisivo me deixou de boca aberta, e não de vontade de comer chocolate, mas de cuspi-lo.
O promotor de vendas de uma marca não divulgada de ovos de Páscoa dizia alto e em bom tom para todos os clientes daquele supermercado:
“Daqui a pouco o ovo, daqueles grandões que custam trinta e nove e noventa sairá por vinte e nove e noventa, daqui a pouquinho.”
Em seguida o jornalista, avisou aos telespectadores que a “oferta” tinha dado certo.
Eu me senti o próprio Coelho Otário. Comprei os ovos com antecedência para que não houvesse os apuros de última hora. E o que acontece? O próprio comércio incentiva o caos das compras de última hora beneficiando-os com descontos que deveriam ser dado aos que compram com antecedência. Para baixar os estoques.
Festas, shows e eventos tem seus ingressos mais baratos para quem compra com antecedência e não tem choro na entrada. Já está todo mundo avisado e todo mundo sabe.
Também sei que a semana subseqüente à Páscoa, os supermercados farão uma “mega” oferta de desconto para os ovos de chocolate sumirem das gôndolas em tempo recorde.
Os valores estão distorcidos.
Devo trocar o fim de semana da Páscoa para presentear os pequenos com ovos de liquidação, já que não há respeito ao consumidor?