meu doce amor

Meu doce amor

Na primavera, uma dor que surgiu no meu peito de forma quase fulminante e fiquei até sem força para me defender de tudo.

Naquele dia, a tarde parecia estar bela e tranqüila, irradiando a todos com uma luz singular, mas deixou-se envolver por um aglomerado de nuvens cinzentas, carregadas de trovões e recheadas de relâmpagos à vontade. Parecia estar perto um pronunciamento fúnebre.

A alegria contida nos rostos das pessoas era uma coisa fácil de se ver. Ficava admirado de ver a face da doce estrela rara, presença da paz e certeza de tudo que ela envolvia, sendo um particular só seu neste mundo devorador de sonhos, onde não existe mais o amor puro e sim o concreto das almas se fazendo presente entre as pessoas.

A minha estrela rara parecia alegre, brincando como sempre com tudo e se deliciando com as belas músicas que escutava bem baixinho, para não quebrar aquele ambiente acolhedor. Adoro aquela menina que encanta de uma forma sutil e pura os meus olhos e coração, de uma maneira que não tenho como descrever. Tal princesa do amanhecer me levou pra um mundo onde só existe a palavra amor sincero e fiquei preso a este lugar encantado, que foi idealizado por mim, pelos meus pensamentos que andavam bem “lights” e, com isto, via tudo pela essência do amor que se exalava em todos os lugares e fiz dali a minha morada eterna desde aquele primeiro encontro.

Os pensamentos que moravam na minha cabeça pareciam ser atitudes juvenis sentindo-me uma criança grande, mas era gostoso poder viver tal momento, mesmo sabendo que era uma coisa exclusivamente minha, pois sei que não estou a altura desta mulher maravilhosa. Sempre conheci o meu lugar neste contexto, mas estar perto daquela estrela de rara beleza interna e externa para mim era algo muito especial. Ela nunca mostrou nenhum sentimento por mim, mas era tão forte o que sentia que deixei as coisas rolarem sem pegar no leme, ficando numa deliciosa deriva, sem me preocupar com nada, pois esta princesa acertou em cheio o coração deste velho jovem poeta e foi brincar com as minhas emoções mais secretas. Nunca me importei se era correspondido ou não, pois o perfume daquele corpo escultural me seduzia muito, chegando até mesmo a me levar aos devaneios mais lindos e obscenos. Fui envolvido pela doce fragrância e com a ajuda dos ventos suaves me enlouqueciam. A vontade de tê-la nos braços até mesmo por pouco tempo existia dentro de mim.

Nisto uma bomba explode e acaba com todas aquelas fantasias criadas por mim não sabendo de onde e quem havia disparado, mas nos acertou em cheio. Depois desta explosão tentei catar os pedaços, sem entender nada do que acontecera. Dentro da minha alma o estrago foi grande, achei mais prudente me afastar daquela doce pessoa, sem ao menos saber o porquê de tudo que havia ocorrido. Os momentos maravilhosos que passamos juntos ficaram esquecidos e ficam apenas as boas recordações.

Vocês me perguntariam o que havia ocorrido num relacionamento sem marcas de brigas e nem arranhões e não teria resposta para tal pergunta e se esta interrogação fosse feita à doce amada ela ficaria presa em sua garganta e também não teria resposta. Nisto o silêncio se fez presente nos amordaçando. Não houve um diálogo para encontrar uma forma de reatarmos os laços de amizades que nos prendiam. O coração partido procurava uma forma de desabafar e achei o choro o caminho mais fácil para liberar as emoções vividas e que pesavam tanto naquela hora. As lágrimas borbulhavam em meus olhos com facilidade, mas já sabia de antemão que este amor era só meu e me sentia muito pior com isto.

O resto da noite demoraria uma eternidade para passar. Não havia dormido um só minuto naquela noite, pela fraqueza do meu corpo que não respondia os meus comandos. Os dias seguintes se atropelaram e foram marcados por uma tristeza infinda e não conseguia me envolver com mais nada que não fosse me levar a alguma coisa dela, a momentos que tínhamos vivido ali, àquelas horas divinas, de um papo sadio sem armações, num mundo onde as pessoas querem encontrar o sua cara metade para poder suportar esta labuta do dia-a-dia que nos devora lentamente. Chego até relembrar um trecho de uma poesia escrita por mim que diz o seguinte:

O dia já deixou de ter orvalho

As lágrimas correm por todo assoalho

O sol já deixou de ter seu brilho

E eu sem mais nada a acrescentar

Termino esses versos.

E me silencio agora.

Escritordsonhos
Enviado por Escritordsonhos em 11/04/2009
Código do texto: T1534347
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