DOMINGO (REQUIEM)
Uma certa vez o senhor Chon Payna acordou de supetão, se teve um sonho não se recordava, o despertador também não havia tocado e percebendo o coração acelerado ( e não havia nada de comovente nisto, afinal emoções repentinas são sentidas a todo o momento) respirou fundo. Tinha acordado mas o sono ainda o possuía, foi uma mistura de bocejar e expirar tão forte que pode sentir seu esôfago quase explodir.
Observou a mobília de seu quarto impregnada de gordura e pó, buscou um copo d´água e tentou pensar em alguma coisa como lhe era de costume em suas manhas. Mas nada veio em sua mente. Tinha pensado em tanta coisa que não lhe havia sobrado nada mais em que pensar. Não lhe veio a mente as desilusões amoras, nem os sentimentos voluptuosos, seus anos de solidão, nada, pormenorizadamente nada completamente vazia e desalmada ficou sua mente.
E sem a menor perspectiva em sua vida, sem a mínima evolução, sem nenhuma doença para apoiar a sua aflição não lhe havia sobrado nada mais, nem sequer alguma ilusão.
Logo e sem saber o por que dormir agora é a sua única emoção.