A ALEGRIA DE VIAJAR E CONHECER

Ter amigos é uma maravilhosa dádiva que nós, seres humanos, cultivamos com o mesmo cuidado com que semeamos uma plantinha a quem dedicamos especial atenção. Comprovei isso durante esse passeio inesquecível que fiz ao lado de minha esposa para Portugal e Espanha. Amigos não escolhem um local específico para existir, estão em todos os lugares e se espalham ao longo das cidades e dos países. Embora eu tenha encontrado somente uma amiga em Lisboa, a Isabel(Isa, do blog Momentos Meus), ela representou a todos com sua contagiante simpatia, seu sorriso doce de quem conquista onde quer que esteja e abre portas, com seu jeito materno de abraçar e cuidar, bem como, também, sua maneira alegre de conversar expressando, sempre, aquele ar de dedicada atenção ao interlocutor. Conhecer essa pessoa fascinante que é Isa, cuja animação e simplicidade ganhou ainda um lugar no coração de minha esposa e um grandão no meu, valeu à guisa de algo mais oferecido por essa viagem à Europa.

Uma variada gama de quase indescritíveis fatos, imagens, momentos cômicos e acontecimentos hilariantes fizeram de nossa viagem internacional uma novela, ou um livro bem melhor diria, de forma a permanecer na lembrança ao longo da vida. Cada item e instantes, paisagens, minúcias, as cores do céu ao amanhecer, as atordoantes e monstruosas turbinas do avião a fascinar, o amontoado de homens e mulheres em constante vai-e-vem no interior do imenso avião, um pombinho cuja pata esquerda estava amputada, ninhos de cegonha sobre postes de iluminação, vales e montanhas verdejantes tomando conta dos olhos e encantando, as àrvores de onde se extraem as tão conhecidas cortiças, os olivais, os parreirais, as vindimas, o Rio Tejo, o Rio Douro(em Portugal), o Rio Minho, que separa Portugal da Espanha, Santiago de Compostela(já na Espanha), o engenhoso e espetacular sistema de auto-estradas perfeito, no qual as rodovias são tão suaves como se estivéssemos guiando um carro sobre um tapete persa, as chuvas repentinas, o frio cortante, as ruas estreitas e tortuosas tanto de Porto quanto de Lisboa, a beleza religiosa de Fátima(onde, diz a história, três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta viram uma aparição de Maria), a carroça voadora, o deslumbre até mesmo assustador do Palácio da Pena, a vida que se descortina do alto do Castelo dos Mouros, o impacto surpreendente do Mosteiro dos Jerônimos, as construções medievais de Porto, enfim, há tanto, mais tanto para relatar e registrar que, temo, não conseguirei escrever ante minhas tão parcas condições literárias para isso. Contudo, ainda assim, tentarei. O que vi e anotei na Europa precisa ficar não somente na minha lembrança e nas fotos, mas também nas minhas divagações crônicas e devaneios escriturais. Tentarei ser o mais fiel possível na descrição dos momentos vividos, mesmo sabendo não ser uma tarefa fácil.

Estou feliz por voltar, e trago no coração a certeza de que viajar é uma das melhores forma de estudar, de aprender e ser educado pelo próprio cotidiano a nos envolver. Quando saímos além-mar nossa visão se torna mais eclética e descobre mais contornos do viver humano do que seria possível permanecendo no nosso diminuto mundo, no pequeno espaço de nossa cidade e País. Para conhecer melhor os diversos ângulos da vida precisamos estender nossas fronteiras, ultrapassar oceanos, falar outras línguas, abraçar outros povos e respeitar suas culturas, aprendendo com eles e elas. Eu voltei mais sábio, mais humano e mais compreensivo da Europa.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 11/04/2009
Reeditado em 22/07/2010
Código do texto: T1533572
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