Imagem: Starry - night - VanGogh
Música: Ópera 25 - Chopin


A busca da verdade.
 
 
Há muito tempo atrás, em um lugar não muito distante, pois na atualidade a sensação que temos é que o ontem é um passado remoto e o que era longe em distância tornou-se perto, existia um jovem inquieto, cheio de sonhos e necessidade conhecido por Teo. Movido pela inquietude, pelos sonhos e pela necessidade ele tornou um ferrenho buscador.
 
Quando muito pequenino ainda sob a proteção carinhosa e austera ao mesmo tempo de sua mãe, Teo ouviu dela o seguinte conselho: “meu filho, sempre diga, sempre viva e sempre busque a verdade”. Na adolescência Teo experimentou os primeiros conflitos, as verdades da mãe e as suas não eram as mesmas.
 
Movido pela inquietude, pelos sonhos e pela necessidade o jovem resolveu empreender uma grande busca, a busca da VERDADE. O que seria a verdade, onde encontrá-la e como usá-la na vida? Essas eram perguntas sem resposta que aguçava a curiosidade do jovem. Entre a razão, a emoção e a intuição, Teo ficou com a razão como instrumento de busca. Ele não se preocupou com o tempo, pois teria a vida toda para promover o seu trabalho.
 
Inicialmente, no o ímpeto de sua juventude, foi buscar na ciência a VERDADE. Estudou lógica, matemática, ciência pura e aplicada, natural e social. Retrocedeu no tempo e estudou o homem desde a era primitiva até os dias de hoje. Não foi difícil chegar à conclusão que a ciência é fruto das necessidades humanas e que ela nasceu do empirismo e não do método organizado. Mas, como tudo necessita de organização e método para crescer com confiabilidade, assim não foi diferente com a ciência. Ele viu que a ciência, dentro da história da humanidade, não teve uma evolução retilínea, ela alternou apogeus com decadências. A árdua busca da VERDADE na Ciência consumiu os viçosos anos da juventude de Teo, espaço suficiente para ele presenciar períodos de grande evolução tecnológica, de guerras e de destruição. Teo concluiu que a ciência é fruto das necessidades físicas, psíquicas e biológicas do ser humano
                                                                      
Na idade adulta e acumulando uma razoável bagagem de experiência Teo iniciou a busca da VERDADE através da filosofia. Estudou lógica, ética, estética, espistemologia e metafísica. Embrenhou-se pelos caminhos da filosofia antiga, medieval, renascentista e contemporânea.  Estudou os filósofos pré-socráticos, os socráticos, os antigo e os atuais. Apaixonou-se por todos, extasiou-se com as obras que ele qualificou como instrumento de crescimento intelectual do homem. Ao mesmo tempo entristeceu com as contradições dos pensamentos e das obras. Teo concluiu, em sua busca, que a filosofia é fruto das necessidades da mente criadora e reflexiva do ser humano.
 
Na época mais madura de sua vida e experimentando os primeiros sinais da inevitável decadência física, Teo buscou a VERDADE na espiritualidade. Da mesma forma, fez um retorno no tempo e estudou o mítico Politeísmo Assírio Babilônico, Egípcio, Grego e Romano. Foi até o Oriente místico conhecer o Taoísmo, o Xintoísmo, o Budismo e o Hinduísmo. Por fim, estudou com afinco as três grandes e conflituosas religiões monoteístas do Ocidente, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Apesar do volumoso material estudado, o tempo deu a Teo a capacidade de síntese e discernimento. Da mesma forma, alegrou-se e entristeceu-se com o que estudou e por ver o que deveria ser a harmonia, a perfeição e a comunhão entre todas as coisas, eram instrumentalizadas em organizações humanas chamadas de religiões, que na maioria das vezes, tornavam-se objetos de discórdias. Findando o estudo, Teo concluiu que a espiritualidade atende as necessidades sutis do ser humano.
                                                                                                             
Quando o brilho dos seus olhos diminuiu e pressentindo a morte no fraquejar do corpo, Teo pegou uma caneta e um grande bloco de papel em branco para fazer a síntese de sua busca, a busca da VERDADE. Olhou e não teve coragem de macular a brancura do papel, pois a VERDADE é a branca, transparente e pura como as páginas virgens do bloco de anotações. É o principio e o fim, o nada e o tudo, onde cada qual, da sua maneira, aprenda a sua verdade.
 

Concluindo: A VERDADE é uma página em branco, maculada pelos falsos donos da verdade. Pois, a VERDADE SUPREMA é Deus e Deus não é uma tereoria, um conceito ou um resumo. Deus está dentro de cada um de nós.

Roberto Pelegrino
Enviado por Roberto Pelegrino em 09/04/2009
Reeditado em 11/04/2009
Código do texto: T1530813