Ovos de Páscoa

Outro dia, conversando com meus filhos, relembrávamos chocolates passados... quer dizer, o que eles retiveram na memória em relação aos ovos de Páscoa.

Sobre a Páscoa e seus significados todo ano eles tinham que ler, no colégio, algum texto - tirado da Bíblia ou de outra fonte - que a professora de Português fazia questão de lhes dar. Ela, a professora, era eu mesma. Moi même, a quem eles nunca sabiam como chamar. De Tia eu não permitia, a quem quer que fosse. Sobrava o Beatriz, mas de vez em quando eu ouvia, no meio do zum-zum da criançada, um acanhado manhêe, e já sabia...

Bem, mas nós falávamos é dos ovos que eles tinham que procurar. Disseram, agora, que nem dormiam direito. Logo cedo pulavam da cama, na expectativa de encontrar aquele Ovão sonhado, desejado, tão namorado no supermercado...

Reviravam a casa. Sempre havia uns ovinhos escondidinhos no emaranhado das plantas, nos vasos. Com o nome deles marcado. Em lugares bem visados eles nem reparavam, mas lá estavam outros maiores... E os melhores, esses eram difíceis de se achar. Podiam estar atrás da almofada do sofá, debaixo da cama, dentro do forno ou até mesmo no meio de tantos brinquedos esparramados...

Ao cabo da busca frenética, sorridentes e de olhinhos brilhantes, queriam logo tudo comer, e se lambuzar.

Mas... peraí! Mamãe vigilante entrava em ação. Tudo de uma só vez, não!