O coração da alma.
O mundo ocidental, pós revolução industrial, impôs a todos nós uma ditadura: a do consumo. Ou a gente adere ou estará banido da cultura. Esse estilo de vida social trouxe consequências nefastas. A intranquilidade da alma/vida é uma delas. Somos impelidos a correr atrás, ajuntar coisas materiais, acumular cada vez mais; estarmos sempre prontos, fortes e lindos, às custas de valores, como integridadede das emoções, equilíbrio da mente, paz interior, entre outros. Como consequência, distúrbios e transtornos se avolumam em nossa sociedade.
Jesus nos chama à reflexão, no seu célebre Sermão da Montanha, no Ev. de Mateus 6:19-34.
Ali, ao falar da dicotomia da vida, com ênfase naquilo que é essencial, Ele apresenta um projeto de vida saudável para corpo e alma.
O arrazoado dEle é o seguinte:
Primeiro, aquilo que é de maior valor na vida para nós, é nisso mesmo que investimos as nossas mais fortes emoções e motivações seletivas. Ou seja, "onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração", (v.21) O princípio, então, é o seguinte: não é possível esquizofrenizar tesouro e coração, pois eles estão inseparavelmente ligados (para não dizer que são um e o mesmo).
Segundo, aquilo no que focam os nossos olhos, haverá sempre uma resposta corporal, ou seja, "se teus olhos foram bons, todo o teu
corpo terá luz; se, porém, forem maus, todo o teu corpo será tenebroso",(v.22). O princípio é: o que vemos com o globo ocular, enxergamos com mais intensidade com a retina corporal.
Jesus, então, conclui seu discurso dizendo que não é possível querer uma coisa e sentir outra de natureza diferente da que se desejou, ou seja, "ninguém pode servir a dois senhores, porque há de odiar a um
e amar o outro ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro", (v.24).
Os nosso desejos inevitavelmente serão, pois, decorrência da nossa cosmovisão, ou melhor, da nossa cardiovisão.
Onde está o nosso "objeto" de amor, ali é que somos íntegros, saudáveis e plenos.