Velha infância
Ainda me lembro que quando criança, eu corria solto, descalço, pelas estradas secas e avermelhadas de barro socado em sua extensão, no interior de minha pequena terra natal. Em certos momentos, a poeira embaçava os olhos em meio a tanta correria e gritos de: “tá com você agora!”
O vento continua soprando forte, quando me paraliso por um minuto para perceber que esta juventude não possui medo. Pois é, essa foi a minha juventude. E, dia, após dia, juntávamos os amigos para as grandes disputas de bolinhas de gude. Triângulos imensos eram criados por fortes rabiscos ao chão, feitos por um velho pedaço do galho de uma goiabeira. Ao final de cada tarde a correria para o lanche era inevitável, a galera corria sem medidas para a casa de um dos amigos, afim de um lanchinho tradicionalmente cotidiano, bolo de fubá, ainda era o favorito da criançada.
Mas, hoje, a chamada juventude modificada, atualizada pelos updates da informatização, customizam seus verdadeiros sentimentos. Suas liberdades resumem-se em maximizar janelas e explorar a fantasia digital, que por muitas vezes os infectam com o vírus da digitalização, minimizando suas culturas. Sem pedir permissão, fazem um login em suas vidas modificando suas chaves de acesso, alocando-se em suas memórias, consumindo pouco à pouco os gigabytes livres de sua consciência, destruindo o melhor que há em viver a vida. Não permita! Desfragmente sua memória, reorganize seus pensamentos, para que tal domínio, não venha sucumbir suas verdadeiras raízes.
Não deixe a informatização formatar você, crie um ponto seguro de restauração para a velha infância.