EU TENHO OUTRA FILHA TAMBÉM
 
 
 
Fiz uma crônica de título FILHOS... Foi há poucos dias. Na verdade eu queria mais era mostrá-los, porque são lindos, amigos, e os amo demais. Ao leitor amigo, confidente, peço que dê uma olhada nesta crônica para vê-los na foto, pois eles enchem o meu coração de alegria e amor.
         Mas hoje eu estava batendo uma crônica sobre o Domingo de Ramos, e nem falei nisso, só me dei conta hoje que já passou e... Bateu uma soneira tão forte, que interrompi e fui deitar de novo.
Não é que, na hora em que boto a cabeça no meu travesseiro macio, aconchegante, trazido de Teresina, fui invadida pela lembrança da minha primeira filha e me despertou total. Veio com uma força e uma nitidez daquilo que é voz corrente “os filhos não são seus, são do mundo”! A maior bobagem, tal fala. Isso é para alertar mães possessivas que não sabem educar seus filhos e prejudicam suas vidas e seus futuros. Aí virou moda ouvir dos psicólogos e dos pastores que fizeram a cabeça das desnorteadas mães, que também saíram por aí a propagar tal dito, apagando seus corações. Dos males, que se opere o menor suponho.
         Com toda a clareza que amo esta filha também e muito. Mudei de lado a cabeça tentando não perder o macio do travesseiro, mas não adiantou, a nitidez do sentimento se fez presente, e já ia chorar de tanta dor, mas segurei e levantei para atender à nitidez de tal objetividade desse acontecimento na minha vida.
Ela me rejeitou inesperadamente. Jamais pensei que isto pudesse ocorrer. Mas ela o fez. Pegou-me de tal surpresa que me defendi não sofrendo, botando a incompreensão num lugar de esquecimento. Na época eu fazia terapia e o terapeuta me convenceu em aceitar, que os netos estariam sendo cuidados pelos pais, que ficaria tudo bem. Achei tal coisa uma grande besteira, mas atendi à sensatez dele e ao meu já treinado mecanismo de defesa de não sofrer além da conta. E consegui deixá-la e aos meus netos no “esquecimento”. Tem sido um duro exercício perder a infância dos meus netos e a relação de mãe e filha. Nós éramos tão parecidas e nos amávamos tanto! Outro dia volto a falar nisso. Hoje só importa que a amo com muito amor. E estou com uma saudade danada dela. Da minha querida filha Valéria.
         Ainda vamos nos dar bem de novo. A vida vai-me ajudar!