ÀS NETAS, COM CARINHO (p/ Ana Luísa Moura Bento)
Ora, podes enganar a criança de outrora, não as de agora.
Ora, podes enganar a criança de outrora, não as de agora.
Ela chegou pisando alto à frente do velho --- que lia, entretido, um grosso jornal do dia. Estacou séria, com os dedinhos apertando o nariz e falou:
--- Fuuummm vovô, tá fedendo aqui!
--- O que, minha filha? Responde simulado o velho.
--- Tá fedendo, vovô! Você não percebe?
--- Não, meu bem. O vovô num tá sentindo nada!
--- Olha vovô, foi você, num foi?
--- Não, querida, deve ter sido o Rex, então!... Passa, Rex! Ameaça o apertado avô, espantando um pobre e imaginário cão debaixo de uma mesinha próxima.
--- Mas o Rex nem está aí, vozinho!
--- Ora, meu anjo, esse cachorro é danado. Solta suas bombas aqui dentro e sai de mansinho sem ninguém ver!
--- Olha vovô, ainda acho que foi o senhor, viu!
--- Meu cheirinho, o vovô não faria isso isso. Ainda mais com você aqui em casa.
--- Huuumm... sabe vovô, um unzinho assim, bem pequenininho, miudim, miudim, assim, o senhor seria capaz, não seria? Insistia a criança comprimindo o indicador e o polegar, mostrando ao velho avô a devida proporção de seu provável feito.
--- Luz de minha vida, um punzinho desse tamaninho num seria capaz de feder como está, certo? Imitava o gesto da netinha com os dedos.
--- Então o senhor já admite que fede, não é? Ressaltou vivamente a criança.
--- É... é... é... --- ressabiou o velho --- realmente...
--- Sabe por que eu acho que foi o senhor e não o Rex, vovô? É por causa da vovó. Ela num vive reclamando de seus puns?
--- Olha, minha santinha, aquilo é implicação de sua vó.
--- É vovô, mas o senhor é dureza, sabe? As coisa que o senhor come é que fazem isso.
--- Minha florzinha-de-lis, o vovô de hoje em diante só vai comer frutas e verduras, tá bem? Capitulava o amável ancião.
--- Muito bem, vovô, para o seu bem e para o nosso também... tchau, viu!
E a bela netinha, após beijar carinhosamente a fronte do vozinho, sai em disparada pela casa, deixando o velhinho todo orgulhoso e feliz.
--- Fuuummm vovô, tá fedendo aqui!
--- O que, minha filha? Responde simulado o velho.
--- Tá fedendo, vovô! Você não percebe?
--- Não, meu bem. O vovô num tá sentindo nada!
--- Olha vovô, foi você, num foi?
--- Não, querida, deve ter sido o Rex, então!... Passa, Rex! Ameaça o apertado avô, espantando um pobre e imaginário cão debaixo de uma mesinha próxima.
--- Mas o Rex nem está aí, vozinho!
--- Ora, meu anjo, esse cachorro é danado. Solta suas bombas aqui dentro e sai de mansinho sem ninguém ver!
--- Olha vovô, ainda acho que foi o senhor, viu!
--- Meu cheirinho, o vovô não faria isso isso. Ainda mais com você aqui em casa.
--- Huuumm... sabe vovô, um unzinho assim, bem pequenininho, miudim, miudim, assim, o senhor seria capaz, não seria? Insistia a criança comprimindo o indicador e o polegar, mostrando ao velho avô a devida proporção de seu provável feito.
--- Luz de minha vida, um punzinho desse tamaninho num seria capaz de feder como está, certo? Imitava o gesto da netinha com os dedos.
--- Então o senhor já admite que fede, não é? Ressaltou vivamente a criança.
--- É... é... é... --- ressabiou o velho --- realmente...
--- Sabe por que eu acho que foi o senhor e não o Rex, vovô? É por causa da vovó. Ela num vive reclamando de seus puns?
--- Olha, minha santinha, aquilo é implicação de sua vó.
--- É vovô, mas o senhor é dureza, sabe? As coisa que o senhor come é que fazem isso.
--- Minha florzinha-de-lis, o vovô de hoje em diante só vai comer frutas e verduras, tá bem? Capitulava o amável ancião.
--- Muito bem, vovô, para o seu bem e para o nosso também... tchau, viu!
E a bela netinha, após beijar carinhosamente a fronte do vozinho, sai em disparada pela casa, deixando o velhinho todo orgulhoso e feliz.