Fumar ou não fumar, eis a questão!
Há tempos surgiu uma Lei Federal, no Brasil, que proíbe o uso de fumantes em ambientes fechados. Criou-se fumódromos para que fossem resolvidos os problemas com os dependentes do cigarro. Até aí tudo bem, aparentemente tudo estava resolvido: bares, restaurantes, shopping centers, eram fumantes de um lado, não fumantes do outro... Ressalva as repartições públicas e os meios de transportes como: ônibus, aviões e metrôs. O que os adeptos ao tabaco não esperavam era que em São Paulo esta Lei fosse revigorada com maior rigor. Segundo o Estado, está terminantemente proibida a prática do uso de cigarros em quaisquer lugares fechados, com multas pesadas para os estabelecimentos que descumprirem as leis, antes Federal e agora, também, Estadual. Não haverá mais espaços reservados para apreciação do vício, a não ser nas ruas ou em suas próprias casas.
Imaginam-se aquelas pessoas freqüentadoras dos populares barzinhos, naquela mesinha rodeadas de amigos, com aquele chopinho à mesa, conversas descontraídas, animadas, a famosa porção de fritas, de repente, alguém acende um cigarro, vem o garçom e diz: amigo, não pode! Se quiser só lá fora!
Ou então o casalzinho está no motel, naquela impetuosidade, terminado o clímax um deles acende o cigarro para relaxar, quando percebe um enorme cartaz fixado à parede que diz: É proibido fumar neste recinto!
Pode ser favorável, quando se refere à saúde pública e desfavorável, como ato de coibição social.
Os fumantes de plantão que se cuidem, foram os tempos em que fumar era sinal de status ou elegância. Cenas antes vistas nos cinemas e novelas dos mocinhos, vilões e amantes ostentando cigarros, propagandas que associavam o prazer de fumar a liberdade e ao esporte... Hoje, meramente impossível. Acredito que outros estados copiarão São Paulo e endurecerão ainda mais quanto a esta questão. Países com a Itália já excomungaram seus fumantes. Por lá, as multas são altíssimas àqueles que infligirem suas leis... Aqui, no Brasil, como sempre há um jeitinho para burlar e favorecer uns e outros. Pagam-se pra ver se esta medida vai mesmo funcionar. Quem vai fiscalizar quem? E a Souza Cruz fica como nessa história? Será que os descompassados políticos, criadores das leis, darão exemplos à sociedade? E o comércio, como se comportará?
São perguntas que ficam no ar, como as fumaças dos fumantes que desacreditam em tamanha exigência e que imaginam, um dia, vê-la caindo em descrédito, como tantas outras, virando cinza ao léu.
O que diria Tom Jobim, se tivesse que fazer um show em São Paulo?