FILHOS...
 
         Eles chegaram, correndo, zangando, eu me intimidando...
         Que houve de diferente? Eu estava ou estou suscetível e inclinada a ceder e ficar pra trás? Ou não foi isso, foi outra coisa que não peguei?
         Eles já chegaram a toda energia continuada lá de fora, da rua, de suas vidas, num pique de comando, uma energia ou postura de quem é o certo, de quem sabe das coisas... Ou eu é que estou menos hoje e tive esta sensação e não entendi a postura deles...
         Sei lá, mas chegaram adversos para mim, exigentes, atendendo a outros apelos deles particulares, e eu ali em seu caminho quase como uma obrigação a ser cumprida...
         Não posso crer que já seja pra eles uma impaciência, às vezes.
         E nem que eu, temendo isto, passivamente entro no clima deles, “o silêncio das ovelhas”, como eu fazia com o Sávio, só para preservar a harmonia; foi algo assim?
         Foi um descompasso.
         O que perdi? O que não vi?
 
         Porque hoje eu me aprontei correndo indo almoçar com eles, se eu nem queria? E tive a sensação de perda e deles a vitória?
 
         Aconteceu hoje um equívoco e não sei deles ou se meu. Foi um dia perdido.
E me esvaziei de boas energias. Antes de eles chegarem já havia sido estabelecido algo no qual eu não fazia parte. O almoço foi artificial.
         Eles não eram amigos. Eram só filhos...