UNS ENGRAÇADOS E OUTROS ENGRAÇADINHOS
UNS ENGRAÇADOS E OUTROS ENGRAÇADINHOS
Marília L. Paixão
Eu não quero entender Epicuro. Eu não quero ficar entre o que aturo ou não aturo. Se não aturo, falo. Escrevo no muro. Não fico lá em cima esperando para ver para onde que eu caio. Deve ser por isso que eu sempre caio. Mas não sou de cair na bosta. Caio é nos espinhos da rosa.
Hoje o dia era para ser de academia. Mas vamos pintar cabelo, pois ser odiada com cara de bruxa de Blair faz mal até para o próprio estômago. Então vamos cuidar da aparência enquanto outras coisas parecem não ter jeito não importa quem é o seu prefeito. Eu que não tenho cabo eleitoral breve só terei paracetamol e muitas páginas para encher de solitude.
Ainda bem que não existe carta de exoneração para a cultura das feras, mesmo estas sendo as menos cultas ou menos belas. Já pensou em mil e uma habilidades batidas no liquidificador? Pois é! Eu às vezes fico sem nenhuma, mas não sou contra cultura.
Últimamente até meu sapinho anda fugindo de mim. Mandei os passarinhos buscá-lo e ele não veio. Fui buscar minha cria lá no estrangeiro. E nesta manhã o bichinho está todo cabreiro, mas não deixa de ficar rodeando...
- Você não vai me deixar entrar na história da chuva?
- Já disse que não, Dagger! E para de ficar insistindo!
- Está com medo de estragar?
- Não querido. Eu quero é te poupar de coisas em que a culpa é toda minha.
- Mas eu não importo de dividir a culpa com você.
- Te amo, meu querido lindo. Mas essa intriga eu adquiri sem você e prefiro degustar no inferno o resultado dela sozinha.
- Eu não quero ir para o inferno não!
- Não! Você não vai. Eu prometo.
- Mas diga o que achou do meu texto?
- Está bom, mas acho que pode ficar muito melhor se eu der um pulinho ai dentro.
- Engraçadinho!