Obama e nós
Fico remoendo, triturando, refinando o turbilhão de notícias para estabelecer uma escala de prioridades. O objetivo seria dosar o grau de preocupação na proporção certa. É que as ênfases nas manchetes, a quantidade e, principalmente a diversidade dos problemas que desfilam diariamente parecem zombar da minha capacidade de compilar e formar um ranking.
Acabo torcendo para que as pessoas que tenham a missão de trabalhar com cada um deles não fiquem tão embananados quanto eu numa espécie de síndrome do “Todo mundo em Pânico”. É um absurdo ver a Amazônia sendo desmatada, os estupros e pedofilias parecendo ter sido incorporados cotidiano, a crise mostrando, à custa de vidas, o quanto a economia de mercado solta pode ser tão terrível quanto a mais saudosista prática comunista... Se formos listar as modalidades das urgências que temos, a lista será quilométrica! E eu aqui, mal humorado porque meu time perdeu! Será que fiquei egoísta? Covarde, escondido nessas emoções tão fugazes ao invés de encarar o mundo e sua complexidade? Ou será que me sinto impotente para carregar nas costas os encargos do cidadão do meu bairro, da minha cidade, do país e do mundo? Quando às vezes penso que ninguém está dando muita bola para uma consciência dessas, mesmo (e principalmente) alguns responsáveis diretos por soluções, alguém me surpreende com idéias, posturas e, sobretudo, ações que resgatam a esperança. Mas desconfiado, não me entrego tão facilmente, afinal, quem tem, para o bem e para o mal, os políticos (que saem do seio da sociedade) e seus valores que temos, não é qualquer Obama que me fará baixar a guarda.