Vidas Distintas.

Vendo de uma balaustrada o mundo, se sente o quanto por vezes ele passa de forma lépida e ligeira. Não digo que o próprio mundo corre, mas falo pelo que vejo no observar e viver das pessoas.

Cada ser sendo aquilo o que se é.

Posto que cada ser é um ser, e isso é indubitável.

Assim, ou talvez por outra coisa, as diferenças se fazem ainda maiores, mais fortes, e quase eternas; apegamo-nos tanto à efemeridade da vida material, e acabamos vendo unicamente as particularidades de cada um, olvidando das nossas indissolúveis semelhanças.

Como um bom rico, Anda logo seu lerdo, o qual tendo uma quantidade exorbitante de bens, Eu mandei você, é tomado pelo orgulho e poder desmedidos. Sente-se sempre cheio de capacidades, muitas das quais ainda não possui, e como diz um velho e sábio amigo, ele acaba cego pela vaidade.

Indiferente ele habita n’outro mundo, onde seus comandos são ordens seguidas e obedecidas até o fim do planeta. Sem saber que neste mesmo tempo e orbe, vivem existências puras e cândidas;

não purezas tolas, virginais, mas completas de alma e espírito.

Ajudando os quais por necessidade da vida, e vontade do Alto, terminam morando na rua; vai então um destes piedosos, com os olhos fraternos, talvez consternados com a falta de ajuda do poder publico, levando palavras de conforto e bem estar.

Também traz algumas roupas, alguma comida, ele e mais outros, para um inverno o qual se aproxima, ou tempos os quais os mais inteligentes renegam.Nisto, nestas duas vidas totalmente inerentes, um ao outro, não fica nenhum questionamento e sim explicações. De que é realmente difícil sair imune da tentação pérfida e pútrida do orgulho, do poder, e que sim, talvez noutra existência o nosso bom e caridoso amigo, dissesse como o outro, Anda logo, já lhe disse!

-E as diferenças pertencentes a cada ser?

Desaparecem com o tempo, já que no fim, o destino de cada um é fazer o que faz o segundo. No fundo, se perguntassem ao primeiro se é feliz, responderia de dentro do seu peito, que não.