Mania de ser simpático
Sempre que encontro alguém que há muito tempo não via, falo dos momentos antigos que me recordo com a pessoa. Lembrar é mostrar consideração, gratidão, cordialidade.
Num dia desses, encontrei em São Paulo um amigo que conheci dez anos antes em Curitiba. Na primeira ocasião, ele foi muito atencioso. Eu havia ido para participar de um congresso e fiquei uma semana. Eu o conheci ao visitar a sede da organização budista em Curitiba. Por sermos companheiros de fé, a amizade foi instantânea. Ele levou a mim e meus amigos para conhecermos os pontos turísticos da linda capital paranaense.
No reencontro em São Paulo, enquanto eu relatava a ele os frutos da minha prodigiosa memória, ele manifestou: “puxa, você se lembra de tudo isso?” E chegou uma jovem senhora ao seu lado. Ele me apresenta: “acho que você não a conhece, ela é minha esposa.”
Eu continuei tentando esbanjar simpatia: “Olá, muito prazer! Ah, sim, já naquela época ele me falou que tinha uma noiva em São Paulo...”
Seguiu-se um silêncio rápido mas suficiente para eu perceber algo no ar. O comentário dela revelou a minha gafe: “mas não era eu, nós namoramos pouco tempo e casamos há um ano...”
O Ministério da Saúde Emocional adverte: excesso de simpatia pode causar indiscrição!