SENTINDO-SE CARMEN

Acordou diferente. Levantou. Abriu a janela e viu que havia paz no mundo. Pensou com amor, desejou a esse Mundo o seu melhor bom dia e então, feito o poetinha se deu conta de que Hoje é sábado, amanhã é domingo e que o amanhã não gosta de ver ninguém bem e se o dia é sábado e ela estava se sentindo Carmen tinha mais que ir dançar na praça feito cigana. Procurou o seu pandeiro enfeitado com fitas, entre suas tralhas, retirou do jarro sobre a mesa uma flor vermelha, pôs no cabelo, meteu-se num vestido rodado, passou a tranca na porta da casa e dentro dela deixou uma pia com a louça suja do jantar da noite passada, um tanque cheio de roupas pra lavar, outras tantas pra passar, um almoço por fazer, umas meias pra remendar, uns botões pra pregar, umas contas pra pagar, só não deixou ele estirado na cama , pois do bandido não sabia nem noticias desde o sábado passado. Saiu faceira, batendo o seu pandeiro, cantarolando.. “L’amour est um oseau rebelle / que nul NE peut appivolser / ET c’est bien em vain qu’on l’appelle / s’il lui convenient de refuser / Rien n’ n’y ffalt; menace ou prèe, / L’um parle bien, l’autre se talt; / ET c’est l’autre que jê prefere. / Il n’a rien dit, mais Il me plalt / L’amour! L’amour ( O amor é um pássaro rebelde / que ninguém pode submeter/ e é em vão que a gente o chama / se lhe convém recusar-se /Nada ajuda, ameaça ou súplica / Um fala bem, o outro se cala / e é o outro que eu prefiro / ele nada diz, mas me agrada / O amor! O amor!)

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 04/04/2009
Reeditado em 04/04/2009
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