APENAS UM COPO D' ÁGUA
Quando a paixão sobrepõe à razão, uma parte lutará com unhas e dentes para dizer que o copo está quase cheio, outra morrerá defendendo que está quase vazio, e todos brigarão por intransigências e picuinhas. Seria o papel de imparcialidade relatar que havia água dentro de um copo, e deixasse aos leitores a interpretação da dosagem a seu gosto. Nossa mídia evoluiu muito nos últimos anos, e os leitores idem, nesse sentido estamos no caminho certo. O caráter do homem se forja na batalha da vida, o conhecimento na intimidade das palavras, e o da sociedade na sua cultura, e não há cultura contemporânea sem uma boa leitura. Não concordamos com a potencialização das desgraças, tampouco com ufanismos das euforias, pois ambas são efêmeras e reféns do tempo, implacável com as falsidades e os devaneios das picuinhas movidas pelos interesses meramente da desconstrução. A liberdade de expressão é um bem maior da democracia, e todos têm o direito de emitir suas opiniões. Mas não esqueçamos que falsos profetas levaram povos a ruína. Caberia aos leitores o discernimento de fazer seu julgamento pessoal a respeito de cada assunto e tirar suas próprias convicções, não aceitamos o preconceito, pois ele elimina a racionalidade das idéias, dos ideais, do futuro de sonhar que move o instinto humano a evoluir na sua cidadania, fundamentada no humanismo e na solidariedade do bicho homem. Quando a mídia distorce a versão dos fatos ela presta um desserviço à sociedade, junto com a perda de sua credibilidade, e infelizmente nem todos os leitores tem condições de fazer uma leitura mais crítica. Nas boas civilizações mundiais o leitor é soberano. Afinal filosoficamente a verdade não existe. Existem conceitos que são aceitos em seu devido tempo e conveniência. Por isso reza a cartilha o conceito da Verdade Factual, onde a razão sobreporá às paixões. E ela afirmará que apenas havia Um copo com água, e contentaria a todos.