Cenas de um Cotidiano...

Numa das muitas ruas escuras da Cidade, espreitando-se entre as sombras da noite, o homem empunha a arma anunciando o assalto. As vítimas que retornando de uma Igreja felizes, sobressaltam-se e como não entendendo o que acontece, naturalmente reagem instintivamente. A moça, surpreendida pelo fato, exclama:

- "Devolva-me a Bíblia e o meu crachá!"

São tres meliantes.

Dois são menores de idade; porém, agem de forma atroz e perversa como "homens grandes". Coitadinhos deles... Não tiveram oportunidades como outros de sua idade... Não teem situação financeira familiar boa e, por isso, saem às ruas para ajuntarem-se a malfeitores e delinquentes de toda a espécie, para praticar tudo que é delito justificando-se, assim, a maldade que permeia o meio juvenil: Não teem idade para responder criminalmente... Não podem ser presos, só apreendidos... Não podem ser chamados de delinquentes ou bandidos, só de menores infratores... Coitadinhos! São dragões com roupas de lagartixa; "Dobermans e Pitbuls", travestidos de "Poodles". Pobrezinhos dos "di menor"!

O outro é " di maior"; um morador de rua, que sentindo-se dono da situação, e com uma vida criminal já de longas datas, portando aquele "pau que cospe fogo", querendo demonstrar poder e autoridade, dá um disparo na nuca da jovem que cai ao chão:

- "Toma! É isso que voce merece!", argumenta com o corpo da jovem que vai caindo...

Presentes a tudo isso, os pais da jovem veem a vida de sua filha esvair-se diante de seus olhos. Sua menina jaz diante deles. Tantos planos ela tinha! Já falava dois idiomas, fora a sua língua materna... Preparava-se para ser uma Diplomata e, para isso, iria matricular-se num terceiro idioma... A mãe, no enterro da jovem encontra forças para dizer:

- "Senhor, eu não merecia uma filha tão maravilhosa. Mas estou feliz porque sei que ela está nos braços de Deus agora".

Karla... Uma jovem de vinte e cinco anos, saudável e cheia de planos... Tem a vida interrompida por um homem que, sem perspectivas de melhorar a sua própria vida, age como que demoniacamente; tem a ousadia de afirmar que não sabe como ou porque aconteceu tudo daquela forma.

Agora, depois de tudo ter acontecido e assumir que o local realmente é mal iluminado, deserto e com pouco policiamento, a Polícia diz estar reforçando a segurança naquele local. Até quando iremos continuar trancando nossas portas somente depois que elas já foram arrombadas?

Uma vida foi interrompida como muitas outras já foram; e tantas outras serão, se nossos políticos e governantes dirigentes não tomarem uma posição radical quanto a uma revisão séria em nosso Sistema de Leis.

Teremos que nos acostumar com as cenas do cotidiano?

03.04.2009

PaPeL
Enviado por PaPeL em 03/04/2009
Reeditado em 13/04/2009
Código do texto: T1520487
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.