Sábado em Fortaleza

Acordávamos bem cedo, todos os dias. Era muito bom ir à sacada da casa e olhar o tempo. Sempre o sol nasce às 05h30min. No sábado íamos às vezes à praia. Quando chegávamos tinha poucas pessoas, escolhíamos uma barraquinha, pedíamos uma água de coco e ficávamos conversando. Mais tarde vinha a cerveja e o tira-gosto.

Muito bom caminhar na areia e sentir a terra molhada embaixo dos pés. Andar dentro d’água e sentir o frescor do vento. Logo depois entrar na água e ficar lutando contra a corrente. Neste momento eu aproveitava para gritar um pouco e tirar do meu peito as minhas dores. Todos nós as temos, todos nós sofremos por elas.

Depois eu voltava para a barraca e me juntava a ela. Lá já estava a cerva e depois pedíamos o peixe grelhado, que vinha com macaxeira, farofa e salada. Era tudo mágico. Parecia que estávamos em outro planeta naquele momento. Almoçávamos e eu ia deitar na espreguiçadeira de palha com assento de almofada.

Na parte da tarde voltávamos para casa ou íamos a Mahikari receber e dar luz para as outras pessoas. A vida é troca, alegria e felicidade. Em Fortaleza, todo dia é dia de contato com a natureza. Muito bom viver assim. A vida é fugaz e daqui nada levamos fora aquilo que plantamos e aquilo que damos aos outros de coração.