ANGÉLICA
Certa vez estava conhecendo uma cidade no interior do pais, quando uma garotinha chegou perto de mim, numa lanchonete e depois de me cumprimentar com muita altivez, segurança e ao mesmo tempo com muita ternura perguntou-me se eu gostava de poesia.
Respondi-lhe que sim e em seguida o porquê da pergunta dela. Então me disse, com estas palavras:
Surpresa, orgulhosa e cheia de vontade de ajudar aquela garotinha, que depois de ler suas quadrinhas, prosseguiu perguntando se eu havia gostado. O que dizer! Estava sem voz, sem palavras diante de tanto talento de uma menininha de apenas oito anos. A abracei e lhe dei todas as provas do quanto havia gostado do que li.
Afaguei seus cabelos e a abracei, pois me faltaram palavras para dizer qualquer coisa.
Foi então que ela categoricamente perguntou-me: Você gostaria de comprar um desses livrinhos? - Eram alguns exemplares feitos à mão e com uma capinha desenhada e muito bem desenhada e sabe qual o desenho da capa? Duas mãozinhas estendidas e ela prosseguiu; preciso vender para ajudar minha avó a comprar comida, pois tenho uma irmãzinha menor e quem cuida dela é nossa avó e ela só pode contar comigo para ajudá-la. Meu pai, faz tempo, desde que minha irmãzinha nasceu, que ele morreu atropelado; estava reciclando lixo e um carro o pegou e minha mãe morreu quando teve minha irmã mais nova, esta que nossa avó cuida. Eu sou pequena e não me dão emprego, por isso aprendi a fazer poesia e é assim que ajudo minha avó, desde lá da cidade que viemos.
Certa vez estava conhecendo uma cidade no interior do pais, quando uma garotinha chegou perto de mim, numa lanchonete e depois de me cumprimentar com muita altivez, segurança e ao mesmo tempo com muita ternura perguntou-me se eu gostava de poesia.
Respondi-lhe que sim e em seguida o porquê da pergunta dela. Então me disse, com estas palavras:
Sou somente uma menina
Que pouco sabe da vida,
Mas é a vida que ensina
A sermos mais instruídas.
De meu, eu só tenho o nome
Mas tenho a alma em paz.
Às vezes sinto até fome
Fome de não ter meus pais.
Que pouco sabe da vida,
Mas é a vida que ensina
A sermos mais instruídas.
De meu, eu só tenho o nome
Mas tenho a alma em paz.
Às vezes sinto até fome
Fome de não ter meus pais.
Surpresa, orgulhosa e cheia de vontade de ajudar aquela garotinha, que depois de ler suas quadrinhas, prosseguiu perguntando se eu havia gostado. O que dizer! Estava sem voz, sem palavras diante de tanto talento de uma menininha de apenas oito anos. A abracei e lhe dei todas as provas do quanto havia gostado do que li.
Afaguei seus cabelos e a abracei, pois me faltaram palavras para dizer qualquer coisa.
Foi então que ela categoricamente perguntou-me: Você gostaria de comprar um desses livrinhos? - Eram alguns exemplares feitos à mão e com uma capinha desenhada e muito bem desenhada e sabe qual o desenho da capa? Duas mãozinhas estendidas e ela prosseguiu; preciso vender para ajudar minha avó a comprar comida, pois tenho uma irmãzinha menor e quem cuida dela é nossa avó e ela só pode contar comigo para ajudá-la. Meu pai, faz tempo, desde que minha irmãzinha nasceu, que ele morreu atropelado; estava reciclando lixo e um carro o pegou e minha mãe morreu quando teve minha irmã mais nova, esta que nossa avó cuida. Eu sou pequena e não me dão emprego, por isso aprendi a fazer poesia e é assim que ajudo minha avó, desde lá da cidade que viemos.
Eu não podia respirar escutando a narrativa daquela pequena poetisa que sabia tanto expressar-se e nos convencer.
E ela não pedia esmola, queria apenas vender o que escrevia, era o que fazia com o dom que Deus lhe deu, para ajudar de alguma maneira aquelas a quem amava. E queria sentir-se útil.
Comprei os seis exemplares que ela trazia dentro de um envelope. Ela, não sabia o que dizer para me agradecer e sentou-se ali pertinho de mim, na lanchonete, lhe paguei um bom lanche do qual ela separou metade para levar para a avó, coisa que certamente eu não permiti, pedindo outro para que ela levasse para a avó e para a irmã.
Todos os demais exemplares continham as mesmas trovas que lera para mim e segundo ela, haviam vinte exemplares e os demais já haviam sido vendidos no inicio do dia, quando ela saia com uma coleguinha, e fora a mesma coleguinha quem costurou a capa enquanto ela as desenhava e que capa sugestiva! Nunca mais vi a garotinha, já que passei apenas dois dias naquela cidade, mas sempre me lembro dela com carinho e pedindo a Deus que ilumine seus passinhos e que ele prossiga escrevendo o que lhe ditar aquele coraçãozinho, hoje de uma mocinha, uma poetisa que se chama ANGÉLICA.
E ela não pedia esmola, queria apenas vender o que escrevia, era o que fazia com o dom que Deus lhe deu, para ajudar de alguma maneira aquelas a quem amava. E queria sentir-se útil.
Comprei os seis exemplares que ela trazia dentro de um envelope. Ela, não sabia o que dizer para me agradecer e sentou-se ali pertinho de mim, na lanchonete, lhe paguei um bom lanche do qual ela separou metade para levar para a avó, coisa que certamente eu não permiti, pedindo outro para que ela levasse para a avó e para a irmã.
Todos os demais exemplares continham as mesmas trovas que lera para mim e segundo ela, haviam vinte exemplares e os demais já haviam sido vendidos no inicio do dia, quando ela saia com uma coleguinha, e fora a mesma coleguinha quem costurou a capa enquanto ela as desenhava e que capa sugestiva! Nunca mais vi a garotinha, já que passei apenas dois dias naquela cidade, mas sempre me lembro dela com carinho e pedindo a Deus que ilumine seus passinhos e que ele prossiga escrevendo o que lhe ditar aquele coraçãozinho, hoje de uma mocinha, uma poetisa que se chama ANGÉLICA.