MINHA PRIMEIRA CONQUISTA (anos 70)
Quando a vi pela primeira vez, confesso que suas formas me chamaram a atenção, mas devido a minha posição social, nem me passou pela cabeça a possibilidade de um dia tê-la para mim.
Certamente muitos outros, mais bem situados financeiramente, já tinham postos seus olhos nela, e, com certeza um dia a teriam, invejei este felizardo.
Comecei a passar diariamente pelo local, onde sabia que a veria, e à medida que o tempo passava, comecei a convencer-me de que teria alguma chance de conquistá-la.
Tinha que dar tempo ao tempo, quem sabe meu dia chegasse. Fiquei vários dias sem vê-la, achando que a velha máxima “o que os olhos não vêem o coração não sente” fizesse efeito sobre mim.
Qual nada, ela não saia do meu pensamento, chegava sonhar com ela. Então tomei coragem e fui a sua procura, não tinha certeza se a encontraria, torcia para que sim, embora receasse que ela já estivesse com outro.
Lá estava ela, limpei a garganta, deixei minha timidez de lado, entrei, falei, e, maravilha! Sai com ela.
Levei-a pelas ruas e fomos até minha casa, e daí apouco saímos para passear. Muitos olhavam quando passávamos e eu ficava cheio de orgulho por estar com ela. Mal sabia que as pessoas desviavam a atenção para nós e viam que não havia harmonia, não combinávamos, mas isto eu não percebia, feliz como estava.
Naquela noite, minha vontade era dormir com ela, só não fiz isso porque achei que não ficava bem, poderia haver falatório lá em casa.
Com o passar do tempo, tornou-se melhor ainda andar com ela, gostava quando roçava meu corpo, fazia-me um bem enorme sentir-me seu dono. Andei muito tempo com ela, mas passada a euforia inicial, já não lhe dava tanta atenção, as saídas com ela começaram a rarear, tinha outras preferências. Até que, como tudo neste mundo, teve fim nossa ligação.
Na verdade nem sei que fim ela levou, neste período eu já estava crescido e notei que ela não servia mais para mim. Vieram muitas outras na minha vida, mas dificilmente esquecerei a primeira calça jeans que comprei com meu próprio dinheiro.