QUANDO O MONITOR DA WEB... É O LIMITE!

Da saudade.

Ontem ela me descrevia sua história com lágrimas nos olhos.

Faz quase um ano que eles, filho nora e neta de cinco anos, se mudaram para os Estados Unidos.

Moravam juntos desde que a neta nasceu, e a casa era uma alegria só!

Pitu, a cachorinha de Ana Carolina, ficou por aqui com a vovó, porque na verdade, seria a única a lhe fazer companhia, nesse momento.

-Não chora vovó, Pitu é boa companheira...garantiu a Ana Carolina.

Ademais,a família se fala todos os dias pelo Skype.

Quem disse que no mundo de hoje existe distância?

Estamos globalizados, embora nem sempre em condições de igualdade...por esse mundão afora...

E sem dúvida a Web veio também para isso : Para aproximar as pessoas...e preencher vazios intratáveis.

Se resolve a saudade, não sei, me parece que não.

Mas Ana Carolina me respondeu a questão.

E Pitu também.

A cachorinha alucina quando olha para o monitor e vê a família intocável do lado de lá!

Late o tempo todo para a Aninha como se quisesse dizer: Olha eu...estou aqui.

Deve ser difícil para a cachoriinha entender que não pode atravessar a tela do vídeo.

E dia desses a vovó ficou surpresa.

Ontem me relatava que, enquanto conversavam, Ana Carolina o tempo todo fazia uns movimentos com a mãozinha sobre a WEBCAM.

-O que foi Aninha-perguntou a vovó-você machucou a mão?

-Não vovó, só estou tentando abraçar a Pitú.

Contava-me e caía em prantos.

-Amanhã irei para lá e chegarei para o jantar - disse-me a vovó enxugando suas lágrimas.

Então foi que meditei:

Que tempos modernos são esses...

As emoções viajam pelos ares, (não só de avião!), são decodificadas pelos modens dos tempos, e tentam ultrapassar as telas da web.

Ondas de emoções intocáveis.

Carinhos digitais, porém virtuais, para tantos corações reais.

Saudade em código binário!

O céu não é mais o limite, porém hoje sequer o tocamos, com as polpas virtuais das nossas reais digitais!

Tempos que exigem reflexão...