Não Estou em Casa


Conversar por chat, MSN, Google talk e outros recursos de internet é um tanto curioso. Aquelas pessoas que, no dia a dia escrevem com muito zelo e corretitude, na pressa do diálogo por mensagens instantâneas engolem letras, ignoram pontuação, acentos e cedilha, abstraem da importância das maiúsculas, abreviam até conjunções adversativas... e abusam de kkkkkkkkkkkk quando querem gargalhar ou de meigos “smiles” para demonstrar seus sentimentos. Não importa a idade dos “chateadores”, mais cedo ou mais tarde eles “entram no esquema”.
No mais das vezes, tais deslizes são perfeitamente absorvidos pelo “teclante” do outro lado. Afinal, ele faz as mesmas coisas. Talvez em menor grau, mas faz.
É claro que tem horas que a coisa foge do controle. Tenho uma amiga que às vezes, parece deslocar a mão mais para a direita ou para a esquerda na hora de teclar. Ao invés de escrever:
“Oi, estava com saudades de você”, escreve algo como “pom estava cin saydades de vicçe”...
Vai entender. Nessas horas, peço, delicadamente:
“Em português, por favor!!!”
Por que estou falando disso? Hoje, uma amiga teclava comigo e lhe perguntei se estava em casa ou no trabalho. Ela respondeu: “não estou em casa”. Conhecendo minha amiga como eu conheço, achei melhor confirmar:
“Não, estou em casa” ou “Não estou em casa”?
A resposta:
“hahahahaha
Sim estou em casa”
Daí, lembrei de outra, mais antiga. Teclava com um colega do trabalho. Usamos, na empresa, uma ferramenta de chat oficial, para facilitar a comunicação. Ele avisou que se ausentaria por uns minutos.
Quando voltou, anunciou:
“Voltei moça”
A vírgula faz uma falta, né?