Amar sem porque(s)...Aceno à vida
Estava a observar como as árvores são comunicativas e acolhedoras... Como se doam, e tem momentos que até parecem saudar o vento, o sol, a chuva e os animais.
A árvore frondosa e bela acena pra brisa com seu balançar das folhas... A suavidade da brisa parece sedutora sobre os galhos, onde gota de orvalho umedece-as carinhosamente.
A árvore parece se entregar aos mágicos encantos, ofertando-lhe suas pétalas de flores, espalhando ternura, exalando cheiro convidativo aos pássaros, que voam ao seu encontro e até fazem ninhos de amor...
O vento se aproxima suavemente e beija a árvore de cima a baixo... Ela se mexe, rebola as folhas, espalha carícias no ar e apetece o sopro quente... Horas seco, às vezes molhado pelas gotas de chuva, banhando assim todo seu caule e escorrendo líquido até a raiz, deixando-a umedecida a terra que lhe faz berço na cumplicidade do momento, com sol nascente ou poente, até mesmo ao luar este encanto se enternece...
Ensina-nos a viver, se entregar... Simplesmente amar, sem por que(s).
Ainda ouço o barulho no silêncio da noite, sem vozes, sem gritos...
Apenas percebo que as árvores também amam, deixam os pássaros fazer ninhos, a abelha fazer mel, sentem o abraço do vento, doam frutos, folhas, ervas, e ainda cede sombra pros amantes, testemunham juras de amor, gozo e alegria, lágrimas sugadas de emoções.
Após este diálogo contemplativo, fiquei pensando o quanto a natureza apresenta sensibilidade e uma filosofia que emana beleza.
Ainda assim, o homem muitas vezes não a deixa viver, tira-lhe a candura de sua vida, fere-a, agredindo-a fortemente, mais voraz que o próprio vento em tempo de tempestade... Transformando-a em cinzas somente, degradando o habitat natural. O que espera então de um ser com alma ferida, magoada, vendo os seus filhos serem tomados, arrancados, queimados e muitas vezes transformados apenas numa folha em branco sem vida? A resposta está notória na extinção em espécies, efeito estufa, erosões, e muita impessoalidade advinda por atitudes desumanas, relações de poder, falso progresso e tantas coisas mais.
A natureza é uma mãe que chora lágrimas tão pungentes quanto à sensação que Cristo sentiu ao transpirar seu sangue ao sentir que iria ser traído e entregue a suprema angústia, no entanto, Cristo até perdoou derramar a sua última gota de suor e sangue, ter seu peito transpassado por uma lança, mas a natureza não perdoa, não admite ficar sem seus elementos naturais... Então, fica a impressão de que em alguns lugares desarborizados (ou quase) existe um sol pra cada pessoa... De tão quente a atmosfera do ar!
Até quando o homem persistirá em agir de violência pra si mesmo? Ora, se o homem prejudica a natureza, automaticamente está se autoprejudicando.
Vejam só; se os peixes não têm seu habitat natural pra viver decentemente, como os indivíduos que sobrevivem da pesca vão viver?!
Através das plantas, os cientistas descobrem verdadeiros milagres pra servir de anticorpos pro ser humano,( por exemplo) deixando-o prevenido de doenças... Como buscar alternativas de prevenções na saúde sem árvores?
Portanto, é uma questão de bom senso, viver e permitir que os outros vivam em paz, sem conflitos ecológicos, viroses, stress, dores de cabeça, tonturas, náuseas e um monte de células cancerígenas desenvolvidas, em muitos casos, por falta de defesa no organismo, pelo excesso de consumo de produtos cheios de agrotóxicos e muitas outras situações que se formos analisar, de alguma forma tem a ver com a desestruturação do ecossistema, desordem de natureza ecológica, por exemplo.
Pra finalizar, penso que a Madre Tereza de Calcutá tinha razão ao dizer:
”_Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”
Logicamente, uma mente pensante e sensivelmente bela, desenvolve a praticidade do bem, não mata os sonhos de vida, não destrói a alma dos seres, pelo contrário, é grande em suas atitudes e faz a sua parte para que a harmonia aconteça, contribuindo assim para um mundo ecologicamente mais lindo; sem poluições ambientais, desmatamentos e nem extinções de vidas, reflete a cada dia a importância de se amar sem porque(s), como a metáfora do amor entre a gota de orvalho e o nectar da flor, a brisa e a árvore, ou simplesmente o aroma envolvente de pétalas pelo nosso corpo...Algo similar que transceda nossos sentidos a amabilidade à própria existência.