Sábado à tarde, dia quente, morno andar na calçada. Passava eu em frente a um shopping popular no centro de Goiânia,as pessoas em um andar solitário,apenas iam.
O sinal fechou, olhei ao redor, já cansada, o suor no rosto já castigava. Ouvi uma música ao longe,delicia de ouvir,samba?Pagode?Não sei.
Um bêbado deitado na calçada, dia extremamente chato.
O som aumentou tic-tic, tic-tic, o batucar de um tambor ao fundo, o choro da cuíca, uns dedos ágeis a tamborilar o tamborim. E como em um passe de mágica, o bêbado se levanta.
Pernas ágeis, braços graciosos, sorriso aberto.
E ele samba, foi como se o dia se voltasse em luzes sobre ele. As pessoas de andar solitário pararam, sorriam a alegria ali estava ao entardecer do dia. olhavam estupefatas.
Era mesmo o bêbado? Não! Era a fantasia, talvez o único momento em sua vida tão dura que ele realmente foi feliz, seu rosto exalava plenitude, seu corpo todo em um fremir adorável, sacudia harmoniosamente ao som do samba, pés céleres, cabelos ao sabor do vento morno.
Neste momento o mundo daquelas pessoas que por ali passavam,parou,era a felicidade que transparecia em cada rosto. O entardecer se fez alegre,o dia ameno,o doce andar voltou as calçadas.
O bêbado finalmente sorria, era um lindo ser humano que ali existia, o mundo todo sorria.
Ele estava feliz.
Sambava como o mais espetacular passista, como se sua platéia o ovacionasse na Marquês de Sapucaí. A energia era tão maravilhosa,que um aglomerado de pessoas surgiu não sei de onde a aplaudi-lo neste sábado à tarde finalmente iluminado.