Almoço Com Passeio
Terça-feira, vinte e quatro de março de dois mil e nove. Almocei nas Marrecas, Rua das Marrecas, no Centro do Rio. Comida indigesta que não resisti a duas garfadas! Saí desolado do restaurante caminhando para o lado da Lapa. Contornei o Batalhão da Polícia Militar pegando a Rua Evaristo da Veiga, a Men de Sá e finalmente a Rua da Lapa. Saí em frente a Sala Cecília Meireles. Continuei pela Rua da Lapa observando a feira de bugigangas que os moradores pobres promevem. Ventilador velho, livro sem capa, ferro de passar enferrujado, placa de circuito integrado que ninguém sabe para o que serve, óculos velhos etc. Passei bem devarzinho e involuntariamente rindo da situação, claro que discretamente para que não percebessem. Quando menos me dei conta já estava chegando à Glória. Agora a Rua da Lapa é renomeada discretamente para Rua da Glória. É a mesma rua, só muda de nome. Velha Glória, acolhedora Glória.
Parei em frente a uma banca de cuscuz. Comprei um pedaço por R$ 0,50 que, graças a Deus, ajudou-me a resistir firmemente a oferta do vendedor para que tivesse comprado o pedaço de R$ 1. Enquanto tentava desembalsamar os meus dentes impregnados pela massa do cuscuz salobro percebi que estava em frente ao velho escombro do famoso Chafariz da Glória. Alto, feio e seco. Saí dali rapidamente e voltei pelo caminho em que viera, mas agora forçado a atravessar a rua para desviar-me de um caminhão de lixo que recolhia uma caçamba entulhada de sujeiras. Caminhei devagar observando as construções antigas e as pequenas lojas de materiais de construção, papelarias, salão de cabeleireiro, lan-house, enfim, caminhava como um turista de primeira viajem. Como dizia, dobrei na Rua Moraes e Vale, linda ruela, quase um beco, com construções do século passado, ou melhor, parece que de séculos passados. Sobrados antigos, velhos e quase caindo. Bem, parece que é lá o gabinete do combatente deputado e eterno candidato a prefeito do Rio de Janeiro, Chico Alencar. De coisa nova nesta rua somente os carros modernos lá estacionados ao longo do meio-fio. Cruzei com um morador de rua que de cima de sua carroça de papelão conversava com uma senhora que gesticulava do segundo andar de um dos sobrados. Olhei de frente para o senhor dos trecos que insinuou um cumprimento não concretizado.
Parei para observar melhor o lugar. Aproximei-me de um terreno murado mas coberto de lixo. Uma senhora jovem que saía do endereço ao lado olhou-me severa e deu mais uma volta na fechadura da porta que acabara de fechar.
Dali surgiu-me de imediato o Passeio Público. Cercado por uma grade protetora oferecia-me quase escancarado um portão de serviço dos guardas do parque. Dei a volta por fora do parque até encontrar um portão maior e entrei. Caminhei direto para uma placa à minha frente com informações históricas. Logo vislumbrei mais uma dezena delas que sugeriam um trajeto através do parque. Resolvi aceitar a sujestão turística e caminhei até as próximas as quais li com atenção. Percebi pessoas feias, talvez moradores de rua inofensivos distribuídos pelos bancos velhos . Percebi também alguns casais discretos de namorados secretos. Tinha mais ao fundo um grupo de jovens sentados nas escadas da Fonte do Jacaré/Menino, e que pareciam colegas de trabalho descansando do almoço. Enfim, li todas as placas com atençao e, assim, completei o roteiro do parque.
O meu sentimento foi de alegria, felicidade mesmo, por estar ali sentindo o meu lindo e querido Rio de Janeiro. Conferi algumas ruínas do antigo Teatro-Cassino Beira Mar construído por Heitor de Mello em 1922 e demolido em 1937.
Desci até o Chafariz para observar de perto a bocarra dos jacarés abertas apesar dos quase 230 anos. Ainda observando a construção recordei da minha escola primária que se chama Escola Municipal Mestre Valetin, em homenagem ao criador do Passeio Público. Confesso que senti-me um pouco orgulhoso por esta boa coincidência.
Desemboquei naturalmente no portão de saída do parque e caminhei rapidamente para o Ed. Santo Dumont na Rua Santa Luzia, meu local de trabalho aonde me travesti novamente de Gerente de Projetos.
Vez outra transformo o meu almoço em um momento artísticos. Graças ao meu belo e amado Rio de Janeiro.
Terça-feira, vinte e quatro de março de dois mil e nove. Almocei nas Marrecas, Rua das Marrecas, no Centro do Rio. Comida indigesta que não resisti a duas garfadas! Saí desolado do restaurante caminhando para o lado da Lapa. Contornei o Batalhão da Polícia Militar pegando a Rua Evaristo da Veiga, a Men de Sá e finalmente a Rua da Lapa. Saí em frente a Sala Cecília Meireles. Continuei pela Rua da Lapa observando a feira de bugigangas que os moradores pobres promevem. Ventilador velho, livro sem capa, ferro de passar enferrujado, placa de circuito integrado que ninguém sabe para o que serve, óculos velhos etc. Passei bem devarzinho e involuntariamente rindo da situação, claro que discretamente para que não percebessem. Quando menos me dei conta já estava chegando à Glória. Agora a Rua da Lapa é renomeada discretamente para Rua da Glória. É a mesma rua, só muda de nome. Velha Glória, acolhedora Glória.
Parei em frente a uma banca de cuscuz. Comprei um pedaço por R$ 0,50 que, graças a Deus, ajudou-me a resistir firmemente a oferta do vendedor para que tivesse comprado o pedaço de R$ 1. Enquanto tentava desembalsamar os meus dentes impregnados pela massa do cuscuz salobro percebi que estava em frente ao velho escombro do famoso Chafariz da Glória. Alto, feio e seco. Saí dali rapidamente e voltei pelo caminho em que viera, mas agora forçado a atravessar a rua para desviar-me de um caminhão de lixo que recolhia uma caçamba entulhada de sujeiras. Caminhei devagar observando as construções antigas e as pequenas lojas de materiais de construção, papelarias, salão de cabeleireiro, lan-house, enfim, caminhava como um turista de primeira viajem. Como dizia, dobrei na Rua Moraes e Vale, linda ruela, quase um beco, com construções do século passado, ou melhor, parece que de séculos passados. Sobrados antigos, velhos e quase caindo. Bem, parece que é lá o gabinete do combatente deputado e eterno candidato a prefeito do Rio de Janeiro, Chico Alencar. De coisa nova nesta rua somente os carros modernos lá estacionados ao longo do meio-fio. Cruzei com um morador de rua que de cima de sua carroça de papelão conversava com uma senhora que gesticulava do segundo andar de um dos sobrados. Olhei de frente para o senhor dos trecos que insinuou um cumprimento não concretizado.
Parei para observar melhor o lugar. Aproximei-me de um terreno murado mas coberto de lixo. Uma senhora jovem que saía do endereço ao lado olhou-me severa e deu mais uma volta na fechadura da porta que acabara de fechar.
Dali surgiu-me de imediato o Passeio Público. Cercado por uma grade protetora oferecia-me quase escancarado um portão de serviço dos guardas do parque. Dei a volta por fora do parque até encontrar um portão maior e entrei. Caminhei direto para uma placa à minha frente com informações históricas. Logo vislumbrei mais uma dezena delas que sugeriam um trajeto através do parque. Resolvi aceitar a sujestão turística e caminhei até as próximas as quais li com atenção. Percebi pessoas feias, talvez moradores de rua inofensivos distribuídos pelos bancos velhos . Percebi também alguns casais discretos de namorados secretos. Tinha mais ao fundo um grupo de jovens sentados nas escadas da Fonte do Jacaré/Menino, e que pareciam colegas de trabalho descansando do almoço. Enfim, li todas as placas com atençao e, assim, completei o roteiro do parque.
O meu sentimento foi de alegria, felicidade mesmo, por estar ali sentindo o meu lindo e querido Rio de Janeiro. Conferi algumas ruínas do antigo Teatro-Cassino Beira Mar construído por Heitor de Mello em 1922 e demolido em 1937.
Desci até o Chafariz para observar de perto a bocarra dos jacarés abertas apesar dos quase 230 anos. Ainda observando a construção recordei da minha escola primária que se chama Escola Municipal Mestre Valetin, em homenagem ao criador do Passeio Público. Confesso que senti-me um pouco orgulhoso por esta boa coincidência.
Desemboquei naturalmente no portão de saída do parque e caminhei rapidamente para o Ed. Santo Dumont na Rua Santa Luzia, meu local de trabalho aonde me travesti novamente de Gerente de Projetos.
Vez outra transformo o meu almoço em um momento artísticos. Graças ao meu belo e amado Rio de Janeiro.