NÃOVOU FORÇAR
 
 
       Não vou forçar.
         As costas doem, deitei de novo.
         E um copo nunca esta cheio demais, sempre ainda cabe uma gotinha.
Foi o final do dia de ontem, de absoluta inanição. Meu corpo, nem alma: ausente, e eu parece que não existia.

          Soube da Valéria, num encontro na Voluntários da Pátria: “ela está parecendo mais com os irmãos, não parece mais com a mãe”. Perguntei se está bonita, se está bem e como vão os filhos dela... Ela não vê a hora de se formar em direito.
         “Estava vestindo a calça da Gi”.

         Esta foi a gota que completou o meu copo: e eu senti dor, uma dor que fujo dela, pois tenho medo de não agüentar.
         É não sei se posso suportar.
         Meus olhos reclamaram reação. Fiquei indefesa. Abracei-me, encolhi-me nos meus travesseiros.
         E uma coisinha veio aos meus olhos e meu coração. A Neném deitadinha na sua caminha que é um paninho sob o meu colchão. Esta lembrança modese invadiu o meu coração de amor, de saudade e de abandoná-la sozinha, indefesa, solitária. Foi outra dor, mas uma dor de amor, de culpa e de saudade. Então Neném me invadiu a emoção e me desviou de outras emoções não convenientes nem suportáveis.
         Oh meu doce, minha Neném, queridinha, ah filhinha, quero apertá-la em meus braços, filhinha, filhinha, querida, dar colo, amor, abraços, filhinha, filhinha. Você é uma gata querida, mais, é o amor da minha vida.
         Envolvi-me com sua emoção de saudade e doçura, e que lembrança e emoção presentes me amaciaram a alma, e meus olhos puderam sentir de novo.
         De repente, Neném é mais importante que qualquer outro ser. Neném, Neném...
         Não sei o que será da minha vida, mas você Neném, é tudo que quero no momento.

         Oh minha filhinha, como dói as minhas costas!