APOCALIPSE (?)
APOCALIPSE (?)
Balas perdidas, assaltos, assassinatos premeditados. Seqüestros, tráfico organizado, festas de embalo. Treizoitão, escopetas, armas de guerra. Sem terras e sem tetos. Catadores de lixo e pedintes. Crianças abandonadas. Biliardários e esfomeados. Ideais de Busch e Sadam. Libéria e favelas do Rio. Judeus e palestinos. Desemprego. Recessão. O calor matando na Europa. Amazônia devastada. A natureza destruída. Religiosos pedófilos. Médicos sexomaníacos. Pais matando filhos, filhos matando pais. Corrupção. As manchetes já não espantam, nem indignam. Na verdade, causam até certa euforia. Estaria solta a besta do Apocalipse?
É passada a hora do homem refletir. Voltar-se para a Suprema Inteligência Criadora do Universo, que não fez nada ao acaso e que concedeu às almas encarnadas neste planeta o livre arbítrio. Tudo nos foi concedido. Até a própria existência da vida na Terra depende da existência dos grandes planetas, que servem de escudos, absorvendo as constantes chuvas de meteoros. Planejamento perfeito do Criador. Por que, então, estamos a nos destruir? Por que o homem não aprende? Estão aí as lições do passado. A história está repleta de tragédias. Já não veio a este mundo o filho de um carpinteiro que, por pregar a verdade, foi crucificado? E que nos ensinou esse moço, que nenhum crime cometeu, mas foi condenado em um processo cheio de falhas e sumariamente executado, sem direito a apelação, quando contava com apenas trinta e três anos de idade? Foi em vão o seu sacrifício? O seu exemplo? Para que servem os templos e seitas que exploram o seu nome, a sua história e os seus ensinamentos?
Meu caro leitor: a Lei Mosaica, que é de todos os tempos e tem caráter divino, determinava não fazer mal ao próximo. O moço de Nazaré não veio revogar essa lei, mas aperfeiçoa-la, o que fez apenas através de uma palavra - AMOR – amar a Deus, amar a nós mesmos e amar ao próximo. Tão simples e tão difícil esse mandamento. Será que um dia chegaremos a praticá-lo em sua essência? Que tal começarmos pedindo ao Pai que perdoe as nossas ofensas, ao mesmo tempo em que perdoamos todos aqueles que nos tem ofendido?
* esta crônica foi escrita em 13 de agosto de 2003. Poderia ter sido escrita hoje (como também no passado), pois o homem não quer aprender.