NAS PROFUNDEZAS DO INFERNO

É sabido que poderosos inescrupulosos sempre temeram as letras e as idéias dos que amam a verdade.

Sempre houve perseguição a quem mostrou idéias contrárias às idiotices, autoritarismo e soberba dos poderosos, uma perseguição promovida por esses mesmos poderosos. Na fauna maquiavélica os burros sempre perseguiram os macacos; na flora aristotélica quem manda é o capim, que vive sendo cortado!

Quem não se lembra da ditadura: perseguição aos tropicalistas... censura, tortura!

Eu sabia que findaria me dando mal. Eu que costumo falar mal de podres políticos, vermes poderosos. Sabia que mais cedo ou mais tarde eu sofreria ameaças, censuras, revoltas...

Tudo bem! Eu que moro no mundo da lua, não terei problema quando for à terra das cinco estações: aluguei uma casa na cidade em frente ao quartel, uma casa de praia ao lado do posto policial e uma casa de campo por traz da delegacia ambiental. Afinal, nunca falei mal da polícia. Também os coitados vivem de salário mínimo. Imagina aí um soldado que ganha um salário mínimo e um salário família de quinze reais prendendo o beira-mar?!

- Pega meu filho uma BMW e me dá logo as chaves dessas algemas.

É como dizia o Henrique Diógenis: “ incumbir alguém despreparado ao poder, de poder, sem dar-lhe o mínimo preparo, é prepara esse alguém para oprimir”.

O inferno é a quinta estação...

... Com uma conotação poética: Os podres políticos e os vermes poderosos moram na quinta estação!

Agora, seja na cidade, na praia ou no campo, posso pôr minha cadeira de balanço na calçada pegar meu bloquinho de papel e xingar podres poderosos e vermes políticos que pagam salário mínimo ao nosso policial!

Não será possível “né” senhor policial, que você vá deixar de proteger esse pobre escritor a ser conivente com vermes que te pagam um salário mínimo!

E vocês senhores poderosos ou políticos, não tentem me censurar, torturar ou matar-me. Será a sentença de que você é um verme podre...

É sabido, só xingo e deprecio podres poderosos e vermes políticos. Ah, sem conotação poética!

Na verdade, acho que não sairei do mundo da lua. Não por medo, mas por amar a verdade e por não ter no meu mundo nenhum posto policial.