Trama
Ontem, à noite, fui pescar discursos... Encontrei o peixe que procurava... Era a trama perfeita... Ouvi tudo!... Não esquecerei de nada...
Muitos elos nas correntes... Muitas vertentes... Isso é texto corrigido... Cada qual com seu próprio eixo... As palavras, com vários desfechos...
Berenice é assim... Um texto desconexo... Sem eixo assimilado...
Para quem não sabe ainda, Berenice é mais uma entre as minhas personagens...
Ouvi, ontem, em tantos ecos... As palavras que ela me dizia...
Berenice colhe palavras... Ela não vive em fantasia...
Seu perfil é mais ou menos assim: cor dos olhos desconhecida, com verdes saltando aos jatos pincelados... Os cabelos compridos esverdeados... o corpo bem detalhado... Nas vestes, sempre cuidado... Para as curvas não serem o foco...
Nas lidas que sempre tem... Uma ou duas ela mantém... Tem um gosto um pouco estranho: gosta de tapetes, de todos os tamanhos...
Poeira vai... Poeira vem... Ela, lá, aspirando o dito...
Tem a intuição muito aguçada... Sabe sempre o que está atrás da porta.
Essa Berenice... Essa Berenice vive com os calcanhares sempre no alto... Tem no salto as atitudes... Pisa firme naquilo que lhe maltrata... Pisa manso nas palavras... Para sair do salto, basta que perceba uma mentira... Por isso tomamos cuidado...
Dos tapetes Bere tem alvos... Podem ser de qualquer tamanho... Mas, a trama tem de ser perfeita... Espalhados pelas ruas que tem em mente...
O perfeito só sai da linha uma vez... Porque, para quem não sabe, cada nó de um imenso lote está ligado ao seguinte...
Feito texto... Feito discurso... Sempre há o que se esconder para debaixo do tapete... Imaginem uma fibra destruída... Um buraco no discurso falho... Berenice encontraria o lixo... E o tapete teria o mesmo destino...
Encontrei Bere, ontem, nas voltas da madrugada... Ela a varrer ruas... Eu a varrer as palavras...
Quem de certo aprecia... O tapete em cada laço... Deve saber que Bere tem vários... E cada qual com seu tingimento...
Do discurso sempre digo: as palavras devem ser minhas... No discurso sempre correto...
O alvejo de tirar a cor... Transformada em apenas um momento único a dor.
A historia contada em tapetes... Em Gabeh, o destino desenhado... Cada linha perfeita acompanhada pelos nômades do rito associado...
O dizer da mentira escraviza... As cores das linhas trançadas...
E Bere segue o destino da trama... Envolta em novelos de lã tingida...
09:22
Ontem, à noite, fui pescar discursos... Encontrei o peixe que procurava... Era a trama perfeita... Ouvi tudo!... Não esquecerei de nada...
Muitos elos nas correntes... Muitas vertentes... Isso é texto corrigido... Cada qual com seu próprio eixo... As palavras, com vários desfechos...
Berenice é assim... Um texto desconexo... Sem eixo assimilado...
Para quem não sabe ainda, Berenice é mais uma entre as minhas personagens...
Ouvi, ontem, em tantos ecos... As palavras que ela me dizia...
Berenice colhe palavras... Ela não vive em fantasia...
Seu perfil é mais ou menos assim: cor dos olhos desconhecida, com verdes saltando aos jatos pincelados... Os cabelos compridos esverdeados... o corpo bem detalhado... Nas vestes, sempre cuidado... Para as curvas não serem o foco...
Nas lidas que sempre tem... Uma ou duas ela mantém... Tem um gosto um pouco estranho: gosta de tapetes, de todos os tamanhos...
Poeira vai... Poeira vem... Ela, lá, aspirando o dito...
Tem a intuição muito aguçada... Sabe sempre o que está atrás da porta.
Essa Berenice... Essa Berenice vive com os calcanhares sempre no alto... Tem no salto as atitudes... Pisa firme naquilo que lhe maltrata... Pisa manso nas palavras... Para sair do salto, basta que perceba uma mentira... Por isso tomamos cuidado...
Dos tapetes Bere tem alvos... Podem ser de qualquer tamanho... Mas, a trama tem de ser perfeita... Espalhados pelas ruas que tem em mente...
O perfeito só sai da linha uma vez... Porque, para quem não sabe, cada nó de um imenso lote está ligado ao seguinte...
Feito texto... Feito discurso... Sempre há o que se esconder para debaixo do tapete... Imaginem uma fibra destruída... Um buraco no discurso falho... Berenice encontraria o lixo... E o tapete teria o mesmo destino...
Encontrei Bere, ontem, nas voltas da madrugada... Ela a varrer ruas... Eu a varrer as palavras...
Quem de certo aprecia... O tapete em cada laço... Deve saber que Bere tem vários... E cada qual com seu tingimento...
Do discurso sempre digo: as palavras devem ser minhas... No discurso sempre correto...
O alvejo de tirar a cor... Transformada em apenas um momento único a dor.
A historia contada em tapetes... Em Gabeh, o destino desenhado... Cada linha perfeita acompanhada pelos nômades do rito associado...
O dizer da mentira escraviza... As cores das linhas trançadas...
E Bere segue o destino da trama... Envolta em novelos de lã tingida...
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