O fabricante de viúvas

Este, como a maioria de meus textos, retrata épocas passadas, quando de minha infância e são fatos reais. Esta história, bastante conhecida é, inclusive, citada no livro do Sr. José Bauer, já falecido, mas que tinha grande conhecimento dos fatos verificados em tempos idos aqui nesta região.

Havia muitos criadores de porcos e agricultores que faziam lavouras em vários locais na imensidão de terras despovoadas, para os pequenos produtores, devido à dificuldade de colocar seus produtos, restava negociar com os mais afortunados.

Um destes grandes negociantes, instalado em Vila Nova, que mais tarde transformou-se em Pato Branco, comprava qualquer quantidade de produtos que lhe oferecessem, e depois de entregues eram pagos em dinheiro vivo, de preferência na presença de outras pessoas que por acaso se encontrassem em seu estabelecimento.

Seguidamente acontecia sumiço de pessoas, mas ninguém ligava o fato de sumirem, normalmente após terem efetuado uma venda ao referido comprador. Muitos até, principalmente os familiares, achavam que o vendedor, aproveitando o fato de ter adquirido boa quantia, seguiam para outros locais para tentar vida melhor.

A verdade veio à tona quando certo pistoleiro teve um caso com uma das inúmeras viúvas, e acabou contando o que na realidade acontecia, e esta levou imediata denúncia ao promotor, que começou averiguar o fato, chegando à conclusão, que foi admitida posteriormente, que o grande negociante ao mesmo tempo em que pagava pelos produtos adquiridos, já havia dado ordens para seus capangas esperarem o vendedor, que depois de ser saqueado de seu dinheiro, era morto e, com pedras amarradas lançado em um rio que passava próximo.

Quando da realização do julgamento, o fórum foi invadido por muitas pessoas, familiares das vítimas, que acabaram linchando aquele que ficou conhecido por “fabricante de viúvas” e, ironia da história, seu nome era PACÍFICO Pinto.