Receitas do almanaque da minha avó
O que fazer com um garotinho que não quer comer? Ora, a psicologia infantil orienta que não se dê créditos às birras de meninos mal-educados. É uma reação histérica passageira que não deve sensibilizar os responsáveis pelos pequerruchos. Os garotinhos levados e mal-criados, quando são pegos em calças-curtas, cometendo travessuras e traquinagens, costumam reagir dessa forma para criarem nos seus tutores e familiares uma sensação de culpa por terem exposto ao mundo quem realmente eles são. Garotinhos são lobinhos em peles de cordeirinhos ou, às vezes, de pastorzinhos, mas sempre olhem para eles como seres humanos diminutos capazes dos atos mais vis e desleais. É da própria natureza infantil, pois nessa fase manifesta-se e predomina o poderio do Id, o animalesco garotinho interior, regido pelo instinto e pela satisfação do prazer pessoal, que nos acompanhará, camuflado, por todas as nossas vidas. A inapetência alimentar proposital é, portanto, um pedido de ajuda, um não-me-deixem-só, que precisa ser menosprezado e rechaçado. Essa conduta geralmente é falsa, pois basta o responsável negligenciar a vigília e lá estará o garotinho empanturrando-se de doces e guloseimas. Quando um garotinho não quer alimentar-se, pode ser que seja pela presença de ascaris e outros vermes parasitas preenchendo o seu trato digestivo. Como os garotinhos não respeitam muito as leis da boa higiene e nutrição, geralmente comem tudo que lhes são oferecidos sem analisar a origem daqueles mimos ou guloseimas; resultado: terminam com a barriga cheia de bichas ou lombrigas que lhes trazem problemas depois . É preciso que os responsáveis pelos garotinhos não se impressionem pela atitude de recusa alimentar declarada desses pequenos delinqüentes. Não se comovam e administrem-lhes uma dose cavalar de óleo de rícino. Se não surtir efeito, dêem-lhes uma boa surra com vara de marmeleiro, ou ainda, dez golpes com uma boa palmatória. Se ele não comer... com certeza, o pau come!