O tiro que saiu pela culatra
17/04/06
O tiro que saiu pela culatra
Tony, um professor de Geografia, estava muito exausto e ainda tinha de dar aula a um grupo terrorista, daquele tipo que só pensa azaração, algazarra e assustar a quem estiver na frente. Sabe como é, não é, leitor?
Chegando na sala, mostrou aos pestinhas uma ferida com pus, na barriga, dizendo que tinha levado um tiro e que tinha poucas horas de vida. E pediu por obséquio que ficassem bem quietinhos e prestassem atenção, pelo menos àquela aula para que a alma dele fosse direto para o céu sem mancha nenhuma de raiva ou desespero. Sendo assim, os alunos ficaram atentos, cheios de atenção com o professor e até entenderam toda a matéria.
Mal tocou o sino da despedida, os estudantes correram para a Diretoria e denunciaram o educador, contando o terrorismo que ele fez com a turma. Imediatamente, o instrutor foi convocado para a Diretoria. Não tinha jeito, qualquer justificativa, não era válida para impor autoridade aos alunos. Foi despedido por justa causa.
Em um outro colégio, combinou com o amigo, para que fingisse que fosse um aluno novato e que ele, o professor, atiraria para o alto como forma de calar a boca da gurizada. Mais uma vez, ele se deu mal. Desta vez não foram os estudantes que o denunciaram, mas o próprio barulho dos tiros.
Mais uma vez foi despedido por justa causa, pois podia ter matado alguém com uma bala perdida.
E aí leitor, qual a sugestão para uma boa psicologia com os demoniozinhos colegiais?
Deixaria que destruíssem a sala de aula?
Ou entraria na turma como no filme Curso de Verão, em que o professor conquistou todos os alunos com o seu jeito de malandrão, mas demonstrando afeto e interesse por cada um deles?
Você decide: quer um grupo de amigos ou um de inimigos.
Adriana Quezado