PERIPÉCIAS DA INFÂNCIA
Como falar de pequenos instantes e grandes histórias, sem falar dos meus filhotes?
Pois é gente, esta turminha me proporcionou os melhores e mais engraçados momentos
de minha vida.
Podemos começar com a primeira, a Carolina, que virou Carol, Cocol, e hoje atende
por Cá...
Para ela, simples como o próprio nome, era inventar histórias cada vez que se via
com um livrinho nas mãos. Era mais ou menos assim:
"E aí, o Pato Dondi, foi iaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa (lá, no Carolinês)"
Simples assim... esse era o começo e o fim da história,
e lá se ia outra página, e outra, e outra... todas com o mesmo texto...
Quem dera a vida fosse simples assim.
Era ela também a responsável por mudar letras de músicas e entender
que havia uma, em especial, cujo refrão dizia, sem a mínima cerimônia:
"E o galão sambão..." (nem adianta insistir, não conseguirei explicar qual
era a música...rs
Muito sossegada, conseguiu a proeza de escorregar no nada e cair em
coisa alguma, bem no meio da sala, e levar 4 pontos no queixo.
Cismou que queria aprender balet, e para isso essa mãe que vos fala
esperava por 45 minutos, 3 vezes por semana, para escutar da professora
que ela ficava emburrada no canto da sala durante o tempo todo.
A única aula em que se destacou, foi quando a professora deu um passo novo
que ninguém conseguia fazer... só a Carol... mas não se empolguem,
assim que passou a novidade, ela fugiu da academia, literalmente,
obrigando-me a correr pela rua atrás dela, antes de achar sua orelha
no caminho, bem ao alcance de minhas mãos...
Foi-se o sonho de primeira bailarina do Teatro Municipal... e, o pior,
nem maratonista se tornou com a experiência!
Tentou ainda a carreira de cabeleireira, chegando de mansinho e me
perguntando:
"Mamãe, ficou bom?"
Distraída em meus afazeres, nem olhei pra responder:
"Ficou lindo filhinha".
A resposta foi de estarrecer:
"Pois é... cortei o cabelo e ficou melhor né?"
Detalhe, com uma tesourinha de cortar papel...
Mas então veio o Daniel, que virou Dani, e hoje pra nós é Dã...
Ele queria porque queria um cavalo,
mas, ao ser colocado sobre um, este deu aquela tremidinha
pra espantar as moscas, provocando-lhe um grande susto...
No caminho de casa, insistiu pra que eu lhe comprasse um cavalo,
com uma única condição:
"Que tirasse as pilhas, claro...!!!"
Algum tempo depois conheceu um amigo que era recordista
em andar com a bicileta empinada em uma só roda e aí,
definitivamente pirou:
"Queria uma bicicleta que viesse empinada!!!" - Posso com isso?!!!
Na escola pintou uma vaca de verde e causou uma revolução nos métodos
de ensino, porque a professora tentava convencê-lo de que não existem
mamíferos como este na cor verde.
A explicação foi simples:
"Minha vaca é palmeirense!!!" - Sai dessa professora!!!
Quando achei que já havia escutado tudo o que poderia de meus filhos,
chegou minha raspinha:
Giovana, que virou Gioconda (para o Vovô), Gi, Nana...
Num dia eu chegava em casa e ela havia comido toda a massinha
de modelar... com os dentes coloridos, jurava que não fizera isso!
Noutro dia, engolia um lantejoula que deveria estar na saia de carnaval
da Carol.
No dia seguinte, trancava-se no banheiro e mobilizava a vizinhança
toda no resgate.
Durante as refeições, criou o adjetivo: "comiludo" - aquele que come muito!
E uma vez pediu que eu zirpasse sua calça - fechasse o zíper.
Ninguém podia beijá-la, nem pai, nem tio, nem avô - para não sujá-la de
batom (disso se encarregava sozinha).
E até hoje tentamos descobrir o que ela queria, quando nos pediu que
desenhássemos uma "cobrinha fededante"...
Mas esses meus anjinhos criativos, hoje mostram suas asas,
e alçam voos cada vez mais altos,
me enchendo de orgulho e prazer.
Ainda rimos muito dessas e de outras histórias,
e choramos com outras,
mas jamais perderemos esse elo que me fez guardá-los
em meu coração e jogar a chave fora.
Amo vocês muuuuuuuuuito!!!!!
Mamãe, que virou Mamy, e que às vezes é só Mã...