“A eutanásia também e excomungável”

Analfabeto degringolado de pai e mãe, ele bom exemplo de ladrão de galinhas, só roubavas as mais gordas do poleiro, ela mulher que não fugia da dureza e fazia horas extras na porta do na praça da sé, até a hora que aparecesse um abençoado freguês. A vida daquele jovem podia ter corrido pela sarjeta, feito uma canja temperada por tanta galinhagem. Mas a voz de um senhor, das poucas almas que no mundo perambulam, aproveitando os descuidos constante dos que deveriam como pais, cuidar do jovem, o apresentou a um Senhor ainda mais velho, que com sua jovialidade o ficou parceiro tão íntimo daquele jovem, que vamos o chamar de Vitório.

Se amigo Jesus passou ser referência no seu dia e noite, nas horas que esperava contra vontade uma galinha gorda e outra cansada, o que sabia, mas o amor de filho não permitia condenar, Entre os bafos de cerveja, “um Deus lhe abençoe” com fases miúdas, e que ouvia a resposta Deus já me abençoou com letras graúdas e voz firme. Os anos passam e causos e mais causos era contados entre os litros vazios que “enfeitavam” os corredores, cantos da casa e o quarto de despejo. As dores de um Cristo que não tinha nem Maria e nem José, cuja manjedoura era permanentemente iluminada pelo giroflexs das viaturas e a mirra trocada pelo cânhamo.

Um ambiente lobrigue, onde as paredes azuis em nada se assemelham ao céu. O pai morto cai de um muro após levar uma bala que não era de caramelo e a galinha gorda voltaria para o galinheiro. A mãe erra de usos e costumes e conquista uma DST, não imaginaria que o sexo naquela noite lhe seria fatal. Afinada como uma travessa de cruz fazia com que o filho sofrido, mas sempre resignado, a carregasse como o peso com uma madeira. Já não vivia plenamente aquela que lhe dava “o Deus o abençoe”, com letras miúdas, mais o Prometido era uma realidade que condizia aquele rapaz pelo caminho do bem.

A chuva tempestuosa derrama das nuvens, transborda os rios e lava as sarjetas. O livro, a história do seu amigo, protegido das torrentes pela paletó com qual se ornava para ir de encontro ao deus maior, naquele altar envernizado por onde passavam, santos, arrependidos, aproveitadores e caras de pau. Todos procurando algo ali no templo, uns até a salvação! Era hora de ver a mãe no hospital morta para a vida da metrópole. Viva estava diriam alguns, só por ela estar ligada a aparelhos, que os homens construíram para alongar as dores. O jovem se aproxima do leito já autorizado pela lei dos homens, e retira a artificialidade daquela vida que já não vivia fazendo-a viver o perdão e glórias do Salvador.

Mas o bispo chegou e excomungou quem fez e quem ajudou a fazer! E agora José, o que aconteceu? O Vitório teve vitória, e continua estudando a vida do Amigo que perdoou a adultera, pois maior traição é escutar e agir diferente. A vida continua face a face com o criador!

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(*) Barão do Mandacaru é um personagem, como tantos que vivem em nossas mentes. Faz da fantasia realidade, mas não anda fantasiado, usa o pseudônimo como mascara, mas não é um mascarado!

Barão de Mandacaru
Enviado por Barão de Mandacaru em 21/03/2009
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