SOMOS TODOS "ATEUS"...


Um professor ensinava as teorias de Marx e Engels acerca do materialismo. Estava tão empolgado que fulminou sua certeza desconcertante: “DEUS NÃO EXISTE”. Todos na sala ficaram boquiabertos, quando firme levantou um dos alunos, muito conhecido por sua sabedoria precoce, e replicou: “EXISTE, EXISTE SIM MEU CARO MESTRE”. O professor não gostou do tom altivo do rapaz, achou que era arrogância demais para um garoto, foi então que resolveu ridicularizá-lo: “Proponho um desafio ao seu deus” - foi até a cantina e pegou um ovo - “Vou jogar este ovo no chão e você vai pedir a Deus ou aos deuses para que ele não se quebre”. “Muito bem” - disse o aluno orando em voz alta - “Senhor eu peço que quando o meu professor soltar este ovo… ele caia e se despedace! E também Senhor, eu peço que quando este ovo quebrar, meu professor tenha um ataque cardíaco fulminante. Amém”. Formou-se um silêncio fúnebre, em seguida todos ouviram a voz clamorosa do professor: “A aula acabou”.
Esta estória poderia ter sido contada por Francis Bacon que a acrescentaria: O ateísmo está mais nos lábios do que no coração dos homens. “O ateu esforça-se por convencer os outros, para persuadir a si próprio”.

Analogamente podemos dizer que nossas crenças (seja quais forem) estão mais nas palavras do que em nossas mentes - o grande entreposto de todas as realizações. A forma mais perigosa de ateísmo não é aquela que nega a existência de Deus. Esta é somente uma cortina de fumaça que nos leva a fechar os olhos para uma encantadora realidade em nós - não somos aquilo que acreditamos ser, somos sim tudo o que ainda não acreditamos, fruto de um engano ateístico de nossas palavras. Combatemos demasiadamente nossas próprias vitórias só para nos convencermos de que o melhor é cruzar os braços e esperar (com uma esperança burra) pela derrota inevitável. Fingimos acreditar em nossos objetivos, mas corrompidos pela fumaça atéia fechamos os olhos e, cegos, seguimos por caminhos ditados por algo que pretensamente dizemos crer piamente - algo que não resiste ao desafio de um ovo se espatifando no chão de nossas mentes.

Eis, nestas palavras de Friedrich Hebbel, como somos todos ateus: “Há muita gente que não crê em nada, mas que tem medo de tudo”. É pura e cristalina a conclusão de que só temos medo daquilo que acreditamos e aqui sabiamente cabe o alerta - TUDO QUE NEGAMOS DE INCERTO É A CERTEZA MAIS CERTA. Podemos nos persuadir pelas palavras (na maioria ateístas), mas a mente só é dobrada pelas ações da alma - Imagino que aquele alguém que dizemos odiar, na verdade amamos. A recíproca não é verdadeira, posto que para mente o amor é seu alimento preferido.

G. Giusti com seu pensamento universalista faz jus a esta conclusão: “A fé em Deus (… ou em quaisquer objetivos) e a fé no próximo apertam as mãos, e o ateu é necessariamente o primeiro inimigo do gênero humano e de si próprio” Quantas vitórias já não perdemos para aqueles sentimentos que falam na alma, mas são calados na boca por palavras grosseiras do tipo “EU NÃO ACREDITO”?


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